Hipertensão é uma doença silenciosa que pode acarretar em diversos problemas para a saúde se não for tratada corretamente
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Hipertensão é uma doença silenciosa que pode acarretar em diversos problemas para a saúde se não for tratada corretamente

Longe de ser uma exclusividade das pessoas com mais idade, a hipertensão arterial já atinge mais de 60 milhões de brasileiros - cerca de 30% da população de todo o país. Os dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) chamam atenção para uma doença já normalizada, e que pode desencadear problemas ainda mais graves.

O mal crônico está ligado a fatores de risco e comportamento, como obesidade, tabagismo, consumo excessivo de bebida alcoólica, estresse, consumo excessivo de sal, ou até mesmo de hereditariedade.

"A pressão alta é um mal crônico e assintomático na maioria da população, capaz de causar lesões irreversíveis em diferentes órgãos. Não à toa, o problema é conhecido como ‘assassino silencioso'", alerta Ivia Mallau Fulguera, cardiologista Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (CEJAM).

Segundo dados recentes do Ministério da Saúde, em 2015, 47.288 pessoas morreram em decorrência da hipertensão arterial. Em 2019, o índice foi de 53.022.

Sintomas e diagnóstico

Pequenas alterações no dia a dia podem ser um sinal de que a pressão arterial pode estar com valores acima dos considerados normais pelos especialistas, como dores de cabeças constantes, desconfortos torácicos, fraquezas, tonturas, zumbidos, visão embaçada e sangramentos nasais.

Normalmente, ao aferir a pressão, um adulto deve estar com pressão em 120x80 mmHG - o popular "12 por 8". Caso os percentuais sejam frequentemente acima de 140x90 mmHg (ou '14 por 9'), é hora de procurar um médico.

Pessoas negras e filhos de pais hipertensos devem ficar ainda mais atentos ao sinais, já que tem pré-disposição genética para desenvolver o mesmo problema. Os especialistas recomendam que eles façam a aferição da pressão ao menos uma vez ao ano, com um equipamento confiável, preventivamente.

Como prevenir?

Uma mudança de rotina pode ser muito significativa no que diz respeito a prevenção da hipertensão.

O último levantamento do IBGE apontu que 40,3% da população brasileira é classificada como "insuficientemente ativa", ou seja, que não pratica atividade física, ou fica abaixo de 2h30 semanais, incluindo lazer, trabalho e deslocamento. Nos últimos dois anos, a covid-19 contribuiu para que as pessoas diminuíssem ainda mais as atividades.

"Hábitos saudáveis, como a prática regular de atividades físicas e uma alimentação livre de gorduras e sal excessivo, além de evitar o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas, estão entre as medidas que ajudam a combater a doença", aponta a cardiologista.

O sal, considerado o grande vilão da pressão arterial, não está só na quantidade utilizada para cozinhar. O sódio pode estar camuflado em alimentos ultraprocessados, que devem ser evitados, como molhos prontos, queijos amarelos, comidas prontas congeladas, macarrão instantâneo e embutidos.

"Para o controle da hipertensão, é importante priorizar alimentos como temperos naturais, por exemplo, cebolinha, coentro, salsa, cebola, alho, orégano e manjericão. Também é importante consumir frutas, carnes magras, preferir peixes, frango e cortes magros de carnes vermelhas. Ingerir gorduras boas presentes em castanhas, amendoim, nozes, avelãs, azeite, grãos integrais como aveia, farinha de trigo integral, arroz integral e quinoa, legumes e verduras, leite e derivados", orienta a nutricionista Maíra Azevedo.

Já recebi meu diagnóstico. E agora?

Redobre os cuidados! Pacientes em tratamento para a hipertensão devem se atentar ao que consomem e às atividades físicas para que o quadro não se agrave. O acompanhamento médico mensal também é recomendado.

"Uma vez controlados os níveis pressóricos, deve-se acompanhar o paciente conforme suas necessidades individuais e o risco cardiovascular, que pode ser a cada 3, 6 meses ou 1 ano. Também é importante a realização de exames complementares", explica a Dra. Ivia.

** Filha da periferia que nasceu para contar histórias. Denise Bonfim é jornalista e apaixonada por futebol. No iG, escreve sobre saúde, política e cotidiano.

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