Genitais masculinas
Reprodução: freepik - 18/05/2022
Genitais masculinas

Não é novidade que os homens estão cada vez mais vaidosos e preocupados com a estética. Agora, esse cuidado chegou às partes íntimas. De acordo o urologista Ubirajara Barroso Jr., diretor da Escola Superior de Urologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a procura por tratamentos para a região aumentou cerca de 20% nos últimos dois anos. Um desses procedimentos é a escrotoplastia, que reduz o tamanho do escroto.

"Antes os homens procuravam exclusivamente formas de aumentar o pênis, agora descobriram que alguns procedimentos podem ser realizados também no escroto", diz o médico.

Ao contrário de outros tratamentos, como o alongamento com extensores, engrossamento peniano para genitais de tamanho aparente normal, essa intervenção não é contraindicada pelas sociedades médicas.

A escrotoplastia é indicada quando há aumento anormal do tamanho do escroto. Isso pode acontecer devido à flacidez gerada pelo envelhecimento e por doenças como a hidrocele e a varicocele.

Além do incômodo estético e psicológico, o tamanho aumentado pode causar dor e desconforto físico se houver fricção com as coxas, por exemplo.

"O incômodo é estético, mas também físico porque, ás vezes, o escroto fica tão baixo que incomoda na relação sexual, ao caminhar, ao colocar roupas", explica Ubiraja Jr., que atua em reconstrução genital e em grupos de pesquisa de procedimentos para melhorar a estética genital de pacientes amputados e com micropênis.

O procedimento para correção é cirúrgico, feito com anestesia geral ou raquidiana. O corte é feito atrás da bolsa testicular, levantando o excesso de pele. Embora não seja o objetivo da cirurgia, além de suspender a região, há redução da rugosidade e aparência de um pênis mais alongado em razão da correção da posição do escroto. No entanto, o médico contraindica a realização deste tipo de procedimento para quem quer apenas "alisar" o local.

Os riscos são os mesmos de outros procedimentos cirúrgicos e não há dano na fertilidade nem na funcionalidade sexual, segundo Ubirajara Jr. A recuperação é rápida. Em cerca de uma semana é possível retornar ao trabalho e em um mês, a vida sexual.

A cirurgia pode ser feita em qualquer idade, mas é mais comum em homens a partir dos 50 anos. Ubirajara Jr. apenas ressalta a importância de estar atento ao perfil do paciente.

"Quando avaliamos um homem que tem uma queixa estética genital, precisamos considerar se o órgão é normal ou não e se a queixa faz sentido. Por exemplo, em pessoas com dismorfismo corporal, ou seja, que tem uma autoimagem danificada, é completamente contraindicado qualquer tipo de procedimento", explica o especialista.

Em relação ao uso de outras técnicas estéticas que tem se popularizado, como a aplicação de toxina botulínica para deixar o escroto com aspecto menos rugoso e a injeção de substâncias para aumentar o diâmetro do pênis, Ubirajara Jr. alerta que faltam evidências sobre sua eficácia e segurança.

"Eu não acredito na injeção de substâncias, como ácido hialurônico e gordura, porque o nível de evidência disso é muito pequeno e eu já vi complicações muito sérias. A maior parte das sociedades médicas não recomenda esse tipo de procedimento. O scrotox, que seria a injeção de toxina botulínica no escroto, também carece de trabalhos científicos que comprovem sua eficácia e segurança", diz o diretor da Escola Superior de Urologia da SBU.

Outras queixas

De acordo com o médico, a insatisfação com o tamanho do pênis é uma reclamação recorrente nos consultórios. Mas ele afirma que, na maioria das vezes, ela é infundada.

"O homem imagina que a média de tamanho do pênis é maior do que realmente é. A média do pênis ereto é em torno de 13,5 cm, mas os homens acham que é de 15 cm. Ou seja, quando ele mede, ele já acha que o seu está abaixo, quando na realidade, não está. É papel do médico desmistificar isso", afirma.

Para os pacientes em que de fato o tamanho real ou aparente do pênis está aquém do normal, é possível realizar a faloplastia, cirurgia de alongamento peniano. Recentemente, o médico apresentou no XIII Congresso Internacional de Uro-oncologia, um estudo sobre uma nova cirurgia de reconstrução peniana que pode aumentar em até três vezes o tamanho do órgão para quem teve amputação ou tem micropênis.

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