Identificação da doença é mais difícil na fase inicial
Robina Weermeijer / Unsplash
Identificação da doença é mais difícil na fase inicial

Cientistas britânicos do Departamento de Cirurgia e Câncer do Imperial College de Londres, no Reino Unido, desenvolveram um método de  diagnóstico de Alzheimer ainda na fase inicial, com 98% de acerto. Os testes, segundo os autores do estudo, podem ser adaptados pelos hospitais, já que utilizam equipamentos que são geralmente encontrados nos estabelecimentos de saúde.

A identificação da doença é, normalmente, mais difícil no estágio inicial, o que pode dificultar o tratamento dos pacientes. Os pesquisadores, então, desenvolveram um sistema de aprendizado de máquina, consequência da inteligência artificial, para usar resultados de uma ressonância magnética no diagnóstico.

Para o estudo, publicado no periódico Nature Communications Medicine, os pesquisadores usaram uma máquina simples que realiza o exame, frequentemente usada para detectar tumores, encontrada na maioria dos hospitais, e a readaptaram com um novo algoritmo para mapear o cérebro.

Isso permitiu que a máquina avaliasse 115 regiões cerebrais com 660 características especificas para cada uma. Essa técnica é chamada de machine learning (aprendizado de máquina, na tradução livre), que funciona justamente para rastrear áreas do cérebro e avaliá-las de acordo com características específicas, como tamanho, forma e textura. Os cientistas então treinaram um algoritmo para identificar alterações individuais da doença de Alzheimer.

Os pesquisadores avaliaram mais de 400 pacientes, entre pessoas com a condição, em estágio inicial e posterior, controles saudáveis, e enfermos com outras condições neurológicas, incluindo demência frontotemporal e doença de Parkinson. O resultado comprovou que a tática pode prever com precisão a doença. A tecnologia, via ressonância magnética, conseguiu identificar a doença em 98% dos casos e distinguiu o estágio da enfermidade com alta precisão em 79%.

O estudo ainda abriu possibilidades para novos trabalhos e potenciais terapias, visto que o novo sistema detectou alterações em áreas do cérebro que ainda não haviam sido associadas ao Alzheimer, como o cerebelo (a parte do cérebro que coordena e regula a atividade física) e o diencéfalo ventral (ligado aos sentidos, visão e audição).

Apesar de a doença ainda não ter cura, o diagnóstico precoce permite tratamentos que dificultam o avanço dos sintomas e efeitos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre as 55 milhões de pessoas que têm demência no mundo, cerca de 60% a 70% convivem com Alzheimer.

A doença neurodegenerativa já afeta mais de 40 milhões de pessoas ao redor do mundo. Segundo estimativas da Alzheimer's Disease International , os números poderão chegar a 74,7 milhões em 2030 e 131,5 milhões em 2050 — tornando-a uma questão global de saúde, que logo terá de ser enfrentada.

— Com informações de Agência O Globo

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