Diante do aumento de casos da varíola dos macacos no Brasil , a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) emitiram uma nota destinada aos profissionais de saúde alertando sobre medidas que devem ser adotadas ao se diagnosticar lesões cutâneas em pacientes.
No comunicado, as organizações afirmam que se deve ter atenção, principalmente, a pacientes que apresentarem "vesículas, pústulas e crostas na região anogenital, ainda mais quando antecedidas ou acompanhadas por febre, gânglios aumentados e dolorosos ('ínguas') e lesões em outras partes do corpo".
Como o quadro das pessoas infectadas com a doença pode se assemelhar ao de outras afecções, como Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) ou dermatoses, as organizações afirmam que é "bem provável" que haja subnotificação de casos.
Nesta semana, a líder técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a doença, Rosamund Lewis, disse que a situação do Brasil é "muito preocupante" e também alertou para uma possível subnotificação devido à falta de testagem.
Em nota, a SBU e a SBI recomendam que, em caso de suspeita, a Vigilância
Epidemiológica de cada região deve ser acionada para orientações quanto à coleta de amostra e análise laboratorial e para que, "sempre que possível, seja feito um registro fotográfico das lesões".
Esse paciente, então, deve ser colocado em isolamento ou observação, evitando contato com outras pessoas enquanto apresentar qualquer tipo de lesão na pele.
Como se proteger contra a doença?
Enquanto as vacinas aprovadas ainda não chegam no Brasil, as organizações recomendam:
- A higiene frequente das mãos com álcool 70% ou com água e sabão;
- Evitar contato com pessoas que tenham suspeita da doença e não compartilhar objetos, incluindo roupas de cama e toalhas;
- Reduzir o número de parceiros sexuais;
- Em caso de sintomas ou lesões na pele, manter isolamento e evitar compartilhar objetos pessoais até a exclusão do diagnóstico ou completo desaparecimento das lesões;
- Indivíduos que tiveram contato com pessoas infectadas devem permanecer em alerta e vigilância para assistência e evitar a transmissão da doença.
Primeira morte no Brasil
O Ministério da Saúde confirmou nesta sexta (29) a primeira morte de um paciente com varíola dos macacos no Brasil, na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais . Trata-se também do primeiro óbito do surto mundial fora do continente africano, onde a doença é endêmica.
No Brasil, de acordo com informações da pasta, são 1.066 pessoas contaminadas pela doença, sendo 823 apenas no Estado de São Paulo.
Há ainda 124 diagnósticos no Rio de Janeiro; 44 em Minas Gerais; 21 no Paraná; 15 no Distrito Federal; 13 em Goiás; 5 na Bahia; 4 em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará; 3 em Pernambuco; 2 no Espírito Santo e no Rio Grande do Norte; e 1 no Acre e em Tocantins. Foram registradas também 513 suspeitas que estão em monitoramento.
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