O anúncio por pesquisadores chineses de um novo vírus capaz de infectar seres humanos acendeu o alerta para a possibilidade de mais um microrganismo, além da Covid-19 e da varíola dos macacos, ser declarado emergência sanitária.
No entanto, o estudo publicado recentemente na revista científica New England Journal of Medicine analisou 35 casos do Langya Henipavírus entre 2018 e 2021, logo com os primeiros diagnósticos tendo sido detectados antes mesmo da disseminação do novo coronavírus. Além disso, não foram registrados eventos de transmissão entre humanos no período.
O Langya (LayV) é um vírus parte do gênero Henipavirus, pertencente à família Paramyxoviridae. Outros microrganismos do gênero já causaram surtos de infecções altamente letais em humanos. Um estudo do ano passado, conduzido por pesquisadores da Universidade de Cuiabá, por exemplo, destacou o potencial pandêmico de vírus do tipo, uma vez que casos do Nipah henipavírus (NiV) provocam surtos anuais em humanos desde 2001 na Índia e em Bangladesh, com taxa de mortalidade que variou entre 40% e 70%.
Em relação ao LayV, que foi descoberto agora em duas províncias localizadas no leste da China, Henan e Shandong, os pesquisadores também imaginam que ele tenha se originado de animais. Isso porque, entre os 35 casos em humanos identificados nos últimos quatro anos, não houve fatores que indiquem transmissão entre eles.
No entanto, os pacientes passaram bem, sem registros de óbitos no grupo. Em relação aos sintomas, 100% dos pacientes tiveram febre; 54%, fadiga; 50%, tosse; 35%, dores de cabeça e 35%, vômitos. Foram registradas ainda algumas anormalidades no funcionamento do fígado (em 35% dos pacientes) e rins (8%).