O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira a campanha de prevenção à varíola dos macacos , também chamada de monkeypox. A ação, que traz as principais formas de transmissão, os sintomas e a forma de prevenção, será veiculada em televisão, rádio, internet e nas ruas.
A campanha mostra que a principal forma de prevenção é evitar contato com infectados ou objetos contaminados. Porém, o período de incubação do vírus é de cinco a 21 dias, durante o qual é possível haver transmissão. Além disso, apresenta que o contágio ocorre, sobretudo, pelo contato físico pele a pele com lesões ou fluidos corporais. Entre os sintomas, figuram as erupções cutâneas, febre, inchaço dos gânglios (adenomegalia), dor no corpo, exaustão e calafrios.
"A maior prevenção é a informação correta, da forma de contágio dessa doença", disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
A ação precisou ser liberada pelo então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, já que a lei eleitoral estipula limites à publicidades do governo. A infecção pela varíola dos macacos pode durar de duas a quadro semanas.
O Brasil já é o terceiro em número de casos de monkeypox em todo o mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Espanha, mostra monitoramento da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o último boletim do Ministério da Saúde, o país tem 3.788 diagnósticos e 4.175 suspeitos, além de uma morte. Só Amapá, Rondônia, Roraima e Sergipe não tem infectados.
"É muito difícil falarmos essa previsão (de pico de casos ou de estabilidade). O que estamos verificando é que a velocidade, a inclinação da curva de novos casos da última semana epidemiológica, por exemplo, é menor que era no passado, o que mostra que, talvez, tenhamos um certo controle com relação a esses novos casos, mas precisamos avaliar a cada dia essa evolução", explicou o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Arnaldo Correia de Medeiros.
De acordo com a OMS, as seis nações mais atingidas representavam 86,89% dos diagnósticos de varíola dos macacos até a última quinta-feira. Ao todo, a entidade confirmava 41.595 infectados, distribuídos em 96 países, até domingo. Também há 13 óbitos no mundo, mais um em investigação no Peru.
A pasta anunciou a compra de 50 mil doses de vacinas, destinadas, sobretudo, a profissionais de saúde em contato com pacientes e objetos potencialmente contaminados, e prevê a entrega da primeira remessa para o próximo mês. Como o esquema vacinal é de duas doses, 25 mil trabalhadores devem ser contemplados.
Além disso, o ministério também negocia a compra do antiviral tecovirimat para pesquisas clínicas. Nenhum dos contratos, feitos via fundo rotatório da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), foi finalizado até o momento.