Mulher se apoia em mesa
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Mulher se apoia em mesa

Sensibilidade extrema aos ambientes e pessoas. Vontade de se isolar. Eis as sensações e sentimentos de uma em cada oito mulheres durante a tensão pré-menstrual (TPM). Ela ocorre de uma a duas semanas antes da menstruação e tem cerca de 150 sintomas, que variam entre os físicos, os emocionais e os comportamentais.

Esses sintomas, no entanto, costumam ser confundidos e, muitas vezes, mal interpretados até mesmo pelas mulheres. A seguir, as principais perguntas e respostas sobre a condição.

O que melhora os sintomas da TPM?

— A alimentação nesse período deve ser mais leve, baseada em alimentos saudáveis. É preciso ainda aumentar a ingestão de líquidos e reduzir o sal nos pratos. O condimento é um dos maiores vilões nesse período — esclarece Marianne Pinotti, ginecologista e obstetra da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Além disso, ao contrário do que muitos pensam, os exercícios físicos são grandes aliados durante a tensão. Praticar atividades de baixa a alta intensidade, treinos de força, musculação e corridas também ajudam a minimizar os danos causados pelos sintomas, tantos físicos quanto os relacionados com a saúde mental.

— Eles aliviam muito a cólica e a dor de cabeça. Fora que aumentam a disposição. Então, é indicado praticar exercícios durante a TPM — explica Karina Tafner, médica ginecologista do Hospital Santa Casa de São Paulo.

E o que fazer quando a TPM é muito forte?

Cada caso é um caso. Segundo Marianne, é importante que a mulher observe os sinais de seu corpo para saber quais são as medidas necessárias a serem tomadas. Em alguns casos, os tratamentos são feitos com vitamina B6 e diuréticos. Já quando a TPM é seguida de cólicas com dores fortes, o uso contínuo da pílula anticoncepcional pode ser recomendado.

Existe um perfil de mulher mais vulnerável à TPM?

— Não é toda mulher que tem TPM e há períodos em que se tem muitos sintomas, em outros poucos. Os próprios sintomas podem mudar ao longo da vida — explica Tafner.

Da mesma forma, também se imagina que a TPM tende a atingir com maior intensidade e frequência as mais jovens, mas de acordo com Tafner, a faixa etária mais propensa a ter sintomas fortes é entre 30 e 40 anos.

Algumas mulheres podem lidar com TPM como se fosse “frescura”, como alguns homens imaginam?

— Nunca. A relação dos sintomas com o perfil hormonal da mulher nessa fase do ciclo é clara e objetiva. O aumento de um hormônio chamado prostaglandina, que é o composto da inflamação, nos deixa com mais dores, mais sensíveis. Tanto do ponto de vista mamário quanto do abdominal — esclarece Pinotti.

O ciclo menstrual se divide em duas fases: a chamada estrogênica ou folicular e a lútea, de ovulação. Na primeira, a principal característica é o aumento da produção dos hormônios ovarianos, estrogênio e progesterona, culminando no pico deles que entra na segunda fase, com os óvulos sendo liberados.

Após a ovulação, se não houver a fecundação ou gravidez, esses dois hormônios sofrem uma queda brusca. Isso provoca a descamação do tecido endometrial de dentro do útero.

De acordo com a cartilha lançada pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia em parceria com a Sociedade Brasileira de Medicina e Comunidade, quando se tem até três dos sintomas comuns à TPM, ela é considerada leve, e a partir de cinco sintomas de uma vez, ela é considerada mais intensa.

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