O Ministério da Saúde vai prorrogar a campanha de vacinação contra a poliomielite até 30 de setembro diante da ainda baixa cobertura vacinal contra a doença. O prazo inicial da campanha que começou em 8 de agosto era até esta sexta-feira, dia 9.
Até o momento, segundo dados do ministério, 34% do público-alvo de 1 a 4 anos tomou a vacina que previne contra a paralisia infantil. A meta é vacinar 95% do público-alvo.
A campanha de pólio buscava imunizar, no mínimo, 11,5 milhões de crianças menores de 5 anos. Dados do Ministério da Saúde revelam, porém que até sexta-feira 3,8 milhões foram vacinadas, ou seja, o esforço bateu só um terço da meta.
O Brasil é considerado livre da pólio desde 1994. No entanto, os especialistas estão em alerta com a baixa cobertura vacinal contra a doença — apenas 69,4% das crianças foram protegidas em 2021— em meio ao ressurgimento de casos no mundo.
A campanha nacional contra a pólio busca alcançar crianças menores de 5 anos que ainda não foram vacinadas com as primeiras doses do imunizante (que é aplicado as 2, 4 e 6 meses de idade, via injeção intramuscular) e incentivar a aplicação da dose de reforço, que acontece por meio da conhecida gotinha.
Multivacinação
O Ministério prorrogou também a campanha de multivacinação, que acontece de maneira concomitante à da poliomielite. A campanha busca incentivar a atualização de caderneta de vacinação das crianças pelos responsáveis. Estão disponíveis 18 vacinas que compõem o calendário nacional de vacinação.
Em relação às outras vacinas, os dados divulgados pelo Ministério da Saúde são menos conclusivos porque não havia uma meta clara para cada imunizante. No entanto, pelo número de pessoas vacinadas e doses aplicadas, é evidente que o cenário é semelhante.
Até sexta, haviam sido aplicadas 1.032.891 doses, em 537 mil indivíduos — o público-alvo são os menores de 15 anos.
Entre os 18 imunizantes oferecidos estão a tríplice viral — contra caxumba, rubéola e sarampo —, que teve apenas 75 mil doses aplicadas; febre amarela (com 96 mil imunizações) e a pentavalente — que garante proteção contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo B— com 102 mil doses aplicadas.
"A cobertura está muito baixa e, se levarmos em conta dados de que 70% das crianças estão em atraso com as vacinas, teríamos que ter tido muito mais doses aplicadas para recuperar esse atraso", afirma o pediatra e infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim).
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