Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Cambridge comprovou que o método que infecta o mosquito Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia – que impede o desenvolvimento de determinados vírus no inseto – é eficaz para reduzir a incidência da dengue e chikungunya.
A Wolbachia é uma bactéria presente em 60% dos insetos na natureza, mas que não é encontrada no Aedes aegypti. Os pesquisadores desenvolveram então uma forma de infectar os indivíduos da espécie com o microrganismo, que então são liberados para se reproduzirem criando assim uma população de mosquitos com Wolbachia.
Isso porque a bactéria impede que os vírus responsáveis pela dengue, zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam no inseto, consequentemente interrompendo a transmissão dessas arboviroses para os humanos.
No momento, a técnica é testado nas cidades do Rio de Janeiro e de Niterói, no Estado do Rio; em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul; em Belo Horizonte, de Minas Gerais; e Petrolina, em Pernambuco.
Com base nos resultados da cidade de Niterói, onde a estratégia é implementada desde 2015 e já cobriu mais de 75% do município, foi observada uma redução de 70% nos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika.
Os dados avaliados pela Universidade de Cambridge e publicados recentemente indicaram uma redução de 38% nos casos de dengue, e 10% de chikungunya, comprovando a efetividade para combater as arboviroses.
Na capital fluminense, a liberação teve início em 2017 e, em dezembro de 2019, 29 meses depois, a prevalência da Wolbachia variou entre 27% e 60% nos mosquitos. Segundo a Fiocruz, mesmo em áreas onde a cobertura foi mais baixa, com apenas 10%, já houve um efeito protetor.
Porém, em regiões onde houve mais de 60% dos insetos, a redução chegou a ser de 76% dos casos de dengue – semelhante à de Niterói e da Indonésia.
*Com informações da Agência O Globo
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