Pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia, descobriram 42 variações genéticas que podem estar ligadas à dislexia . O transtorno de aprendizagem geralmente é diagnosticado na infância na fase da alfabetização e se caracteriza pela dificuldade de leitura e compreensão de símbolos. A pesquisa foi publicado nesta quinta (20) na revista científica Nature Genetics.
Esta é a primeira evidência genética relacionada à dislexia mapeada pela ciência. Agora, será possível desenvolver testes de DNA específicos para a dislexia, contribuindo diretamente para o diagnóstico e o acompanhamento dos indivíduos com o transtorno.
Os pesquisadores analisaram dados genéticos de cerca de 50 mil adultos disléxicos e de um milhão de pessoas sem a condição. O trabalho é considerado o maior a respeito da dislexia até agora.
Desenvolvimento cerebral
Entre os 42 genes mapeados, cerca de 14 (1/3 dos participantes) haviam sido previamente associados a outras condições relacionadas ao desenvolvimento cerebral, como atraso fala, no raciocínio e dificuldade de aprendizado.
Outros já haviam sido ligados ao transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e à ambidestralidade – quando um indivíduo consegue utilizar as duas mãos de maneira semelhante, especialmente para escrever.
A autora principal do estudo, Michelle Luciano, afirma que a pesquisa também avança ao apontar genes específicos associados a processos essenciais para a alfabetização.
“Nossas descobertas mostram que diferenças genéticas comuns têm efeitos muito semelhantes em meninos e meninas, e há uma ligação genética entre dislexia e ambidestria”, afirmou a autora em nota de divulgação da Universidade de Edimburgo sobre a pesquisa.
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