O câncer de mama é uma das doenças mais comuns entre mulheres do mundo. É o maior causador de óbitos em mulheres em todo o Brasil , com excessão da região norte, cuja prevalência é do câncer de colo de útero.
Houve, em média, quase 50 mortes por câncer de mama por dia no país em 2021, mostram dados do Ministério da Saúde. Em números, foram 18,2 mil vítimas no ano passado. No total, são 323,2 mil óbitos em 25 anos, na série histórica de 1996 a 2021.
Isso chama a atenção para a queda nos índices de realização da mamografia , o principal exame para detecção do câncer de mama . Segundo o Panorama da Atenção ao Câncer de Mama no Sistema Único de Saúde (SUS), em 2021, o Brasil registrou o menor índice de realização do exame: apenas 17% das mulheres entre 50 e 69 anos realizaram a mamografia. Em 2019, esse percentual era de 23%.
Queda na realização de mamografias
Uma pesquisa feita pelo Instituto Avon e pelo Observatório de Oncologia analisou dados de rastreamento mamográfico, avaliando a taxa que mede a capacidade do SUS de atender a população feminina. Foram considerados também índices de diagnóstico e de acesso aos tratamentos no Brasil, com base no Datasus, o sistema de informática do SUS.
Os resultados apontaram que mais de 437 mil mulheres passaram por procedimentos quimioterápicos no país entre 2015 e 2021. No período analisado, o Distrito Federal (DF) teve a pior taxa de cobertura mamográfica (4%), seguido por Tocantins, Acre e Roraima, com 6%.
A pesquisa apontou também a falta de políticas públicas para a saúde das mamas durante a pandemia de Covid-19: a diminuição de cobertura e de produção de mamografias faz com que o exame chegue tardiamente para as mulheres, resultando no diagnóstico tardio. Isso contribui para o fato de mais mulheres chegarem ao SUS com diagnóstico avançado e, por isso, com menores chances de cura e de qualidade de vida.
Índices de câncer de mama em mulheres jovens dobraram nos últimos anos
Com a queda na cobertura mamográfica, os casos da doença se mantêm em alta. Cerca de 66.280 casos de câncer de mama surgem no país a cada 3 anos, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). O subtipo é o que mais atinge as mulheres, especialmente aquelas com idade acima dos 50 anos - o que tem mudado com o passar dos anos.
Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), houve um aumento da incidência de câncer de mama entre mulheres mais jovens, antes dos 35 anos. Desde 2020, a ocorrência de casos nessa faixa etária representou 5% do total de casos - que antes, era de apenas 2%.
As pacientes mais jovens têm mais chances de desenvolverem tumores agressivos, já que estão fora do grupo de rastreamento mais frequente (a partir dos 40 anos). Ou seja, quando o câncer é diagnosticado, já está em estágio mais avançado, diferentemente daqueles identificados nas mulheres que mantêm uma rotina de exames de rastreamento.
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