Aspartame foi considerado aspartame como possível cancerígeno, segundo OMS
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Aspartame foi considerado aspartame como possível cancerígeno, segundo OMS

A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou recentemente o  aspartame como possível cancerígeno.  Além do adoçante, outras classes de alimentos como carnes vermelhas, processadas e frituras foram associados ao aumento do risco da doença.

Embora haja relação entre o consumo do aspartame e o desenvolvimento de câncer, a análise conjunta, efetuada pela Iarc e o comitê misto de peritos da Organização Mundial da Saúde e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (JECFA) , os dados científicos conhecidos não obrigam a alterar os valores diários de consumo aceitáveis.

Além do aspartame, a lista de alimentos que a OMS considera haver risco de câncer no consumo são:

Carne vermelha

Há evidências sólidas dos efeitos cancerígenos da carne vermelha, especialmente no desenvolvimento de câncer de cólon, reto, pâncreas e próstata. Isso inclui carnes como bovina, suína, cordeiro, carneiro, cavalo e cabra, sendo classificada no grupo 2A da OMS como provavelmente causadora de câncer. Apesar da crítica de grupos da indústria da carne, médicos e agências governamentais alertam há algum tempo sobre a associação entre uma dieta rica em carne vermelha e o risco de câncer, principalmente câncer de cólon e pâncreas.

Ainda não está claro em que medida o consumo de carne vermelha aumenta o risco de câncer, mas pesquisadores da Universidade da Califórnia têm uma hipótese. Eles acreditam que o ácido siálico Neu5Gc, uma molécula de açúcar presente na carne vermelha, desencadeia um processo inflamatório no organismo que pode predispor ao desenvolvimento do câncer. Essa molécula é naturalmente encontrada na maioria dos mamíferos, mas não nos seres humanos.

O consumo frequente de carne vermelha pode levar a uma inflamação crônica, uma vez que o sistema imunológico humano produz constantemente anticorpos contra o Neu5Gc, considerando-o uma substância estranha. Testes realizados em ratos de laboratório, manipulados para imitar os seres humanos, mostraram que o consumo de Neu5Gc resultou em inflamação sistêmica, quintuplicando a formação de tumores e acumulando a molécula nos tumores.

Embora os testes em humanos sejam mais complexos, a equipe de pesquisa acredita que essa descoberta possa contribuir para a compreensão da conexão entre carne vermelha e doenças agravadas por inflamações crônicas, como aterosclerose e diabetes tipo 2.

Carnes processadas

Um relatório divulgado em outubro de 2015 pela Iarc e pela OMS apontou que o consumo de carne processada, como presunto, salsicha e bacon, aumenta o risco de câncer. Uma equipe de especialistas analisou mais de 800 estudos internacionais sobre carne e câncer, concluindo que a carne processada é "cancerígena para humanos".

Em particular, há evidências suficientes de que o consumo desse tipo de carne provoca câncer colorretal. Portanto, a carne processada foi classificada no grupo 1 da Iarc, juntamente com substâncias como cigarros, amianto e fumaça de diesel. No entanto, a agência enfatizou que o risco de câncer associado ao consumo de carne processada ainda é baixo para uma pessoa individualmente, mas aumenta proporcionalmente à quantidade consumida.

Segundo a Iarc, cada porção diária de 50 gramas de carne processada aumenta o risco de câncer colorretal em 18%.

Frituras

A OMS classifica as frituras no grupo 2A, que indica que elas provavelmente causam câncer. Especificamente, as frituras foram associadas ao câncer de língua.

Além disso, um estudo divulgado pela Iarc em 2020 revelou uma possível associação entre os ácidos graxos trans, encontrados em frituras, e um maior risco de desenvolvimento de câncer de ovário.

Álcool

Desde 2012, o álcool foi classificado no mesmo grupo 1 da OMS que a carne processada, indicando que ambos podem causar câncer, embora os níveis de risco associados variem consideravelmente.

Dentre os tipos de câncer relacionados ao consumo de álcool estão os cânceres de intestino, fígado, esôfago e mama.

Além disso, um estudo recente abrangendo 195 países destacou que até mesmo quantidades pequenas de vinho ou cerveja consumidas ocasionalmente podem aumentar o risco de problemas de saúde ou morte. A OMS adverte que o consumo de álcool está associado a mais de 200 doenças e condições crônicas. Essa lista inclui câncer e cirrose, e é responsável por 3,3 milhões de mortes anualmente, equivalente a aproximadamente 6% do número total de óbitos no mundo.

Extrato de Aloe Vera

O extrato de aloe vera, também conhecido como babosa, é classificado no grupo 2B, que sugere uma possível relação com o desenvolvimento de câncer. No Brasil, a venda, fabricação e importação de alimentos e bebidas à base de aloe vera foram proibidas pela Anvisa devido à falta de comprovação de segurança em seu uso. A substância só é permitida como aditivo aromatizante em alimentos.


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