Um relatório divulgado nesta terça-feira (18) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) aponta para uma recuperação da cobertura vacinal infantil após retrocessos observados durante a pandemia de Covid-19.
Os dados mostram que, enquanto 20,5 milhões de crianças deixaram de receber uma ou mais vacinas em 2022, em 2021 o número representou 24,4 milhões e em 2020 foram 20,5 milhões de jovens que não receberam imunizantes.
Apesar da melhoria apresentada ao longo do ano passado, as entidades ressaltam que a cobertura vacinal em 2022 ficou abaixo do que foi registrado em 2019, ano anterior à chegada da pandemia. Na ocasião, 8,4 milhões de crianças que não foram imunizadas.
"Esses dados são encorajadores e um tributo àqueles que trabalharam tão arduamente para restaurar os serviços de imunização que salvam vidas após dois anos de declínio na cobertura de imunização. Mas as médias globais e regionais não contam a história completa e escondem desigualdades graves e persistentes. Quando os países e regiões ficam para trás, as crianças pagam o preço", destaca Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em comunicado .
O final da declaração de Tedros se dá pelo fato de que a recuperação da vacinação verificada em 2022, quando comparada com os anos anteriores, não aconteceu de maneira igualitária.
Exemplo disso é que, dos 73 países que apresentaram um retrocesso nas taxas de vacinação durante a pandemia, apenas 15 se recuperaram a ponto de atingir os níveis pré-pandemia. Outros 24 ainda estão no processo de recuperação e 34 estagnaram ou continuam em declínio.
Leia mais: OMS pede para que próximas vacinas da Covid-19 sejam monovalentes
"Até que mais países corrijam as lacunas na cobertura de imunização de rotina, as crianças em todo o mundo permanecerão em risco de contrair e morrer de doenças que podemos prevenir. Vírus como o sarampo não reconhecem fronteiras", pontua Catherine Russell, Diretora Executiva do UNICEF.
Ao citar o sarampo, a diretora do UNICEF lança luz ao dado que mostra que, em 2019, 86% das crianças receberam a primeira dose contra a doença, mas que esta porcentagem foi de 81% em 2021 e de 83% em 2022.