Sean Tobin, 20 anos, iniciou o hábito de fumar em 2018 quando ainda tinha 15
Foto: Reprodução Redes Socais Sean Tobin
Sean Tobin, 20 anos, iniciou o hábito de fumar em 2018 quando ainda tinha 15

O consumo exagerado do cigarro eletrônico , popularmente conhecido como vape, resultou no colapso pulmonar do lutador amador de MMA, Sean Tobin, de 20 anos, levando-o a passar por uma cirurgia de emergência.

Tobin, começou a fumar em 2018, aos 15 anos de idade, incorporando o vape como parte de sua rotina diária. Ele confessou que apenas interrompia o uso quando estava dormindo.

No mês anterior, Sean passou por um episódio médico alarmante. Devido ao uso excessivo do vape, o pulmão direito do jovem norte-americano entrou em colapso, levando-o a submeter-se a uma cirurgia para a remoção de parte do órgão. Os sintomas surgiram quando Tobin começou a trabalhar como aprendiz de eletricista em julho.

"Foi verdadeiramente aterrador, pois senti que tinha prejudicado a minha própria saúde. Durante anos, negligenciei os meus pulmões, não lhes proporcionando o devido cuidado. A minha resistência cardiovascular era excelente, estava em boa forma física e nunca deveria ter começado a fumar", compartilhou Sean com o jornal Kennedy News and Media .

Ele recorda o início do episódio crítico: "Ao entrar numa van, senti uma sensação semelhante a ter distendido um músculo nas minhas costas. A tensão era intensa".

Inicialmente, a equipe médica suspeitou de pneumonia no caso do lutador; contudo, com o agravamento do estado de saúde de Sean, ele foi encaminhado para exames radiológicos, revelando o colapso pulmonar.

"Eu estava a treinar e a correr, com um nível de resistência superior ao de qualquer pessoa na academia. Lembro-me de ter visto vídeos no TikTok de um indivíduo com colapso pulmonar devido ao uso do vape, e pensava: 'Isso não vai acontecer comigo. Esse indivíduo não cuida de si, mas eu sim'. Nunca acreditamos que algo nos irá acontecer até que aconteça", relatou.

Para aliviar a pressão na cavidade torácica de Sean, os médicos realizaram uma incisão entre as suas costelas e inseriram um tubo para expelir o ar retido na área. No entanto, a situação de saúde do lutador não melhorou, levando os médicos a removerem uma pequena porção do topo do seu pulmão e depois a recolocá-lo usando grampos. Através de um procedimento com câmera, pôde-se observar que o órgão de Tobin estava repleto de manchas escuras.

"Foi uma visão aterrorizante. No momento em que vi, senti-me extremamente desapontado comigo mesmo. Fiquei profundamente triste e a pensar: 'Droga, fiz isto ao meu próprio pulmão'", desabafou. Agora, ele espera recuperar-se para perseguir novamente o seu sonho de lutar. "Não sou capaz de levantar objetos com peso superior a 20kg. Como lutador de MMA, senti um grande receio de não conseguir voltar a treinar. Tenho uma grande paixão por isto e aspiração de fazer disto a minha vida um dia", contou.

Quais são os riscos do cigarro eletrônico?

Além dos perigos já reconhecidos pela comunidade médica, como complicações cardiovasculares, impactos no sistema imunológico, doença pulmonar obstrutiva crônica e variados tipos de câncer, como o de pulmão, laringe, esôfago e bexiga, entre outros, há suspeitas de que os usuários de cigarros eletrônicos também estejam enfrentando o surgimento de uma nova doença com potencial letal: a EVALI.

Em inglês, essa sigla corresponde a "e-cigarette or vaping product use-associated lung injury", traduzida como "lesão pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico".

Estatísticas indicam que, no período entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020, cerca de 2,7 mil indivíduos nos Estados Unidos foram hospitalizados devido à EVALI, resultando em 68 óbitos. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou apenas 8 casos.

O tabagismo também contribui para problemas como disfunção erétil, osteoporose, periodontite e catarata, além de outras implicações. Um estudo conduzido pela Universidade de Portland, nos Estados Unidos, revelou que, devido à presença de uma substância chamada formaldeído, o vapor emitido por esses dispositivos pode ser até 15 vezes mais cancerígeno em relação à fumaça produzida pelo cigarro convencional.

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