Se você é do tipo de pessoa que pensa que ingerir um alimento "recém-vencido", que se mostra em condições normais, não pode causar problemas: cuidado. Em geral, dificilmente há mudança na aparência ou odor dos alimentos quando passam alguns dias da data de validade. Isso ocorre pois os conservantes mascaram essas características. No entanto, eles não impedem a possibilidade de que haja proliferação de microrganismos.
Um alimento vencido pode estar contaminado por agentes que causam doenças parasitárias, infecções e intoxicações alimentares. Essas doenças desencadeiam sintomas como vômito, diarreia, cólica e gases.
Entre as bactérias que podem ser encontradas em produtos vencidos estão Escherichia Coli, Salmonella sp e Clostridium Botulinum. A última está presente em enlatados e é responsável pelo botulismo, uma doença grave que pode levar à morte.
Pessoas com doenças crônicas, como os diabéticos, devem se atentar em dobro, pois o grupo possui mais chances de complicações em caso de intoxicação por alimentos vencidos.
Como a validade é estipulada
A indústria estabelece a validade como a data limite em que o alimento pode ser consumido sem trazer prejuízo nutricional ou sensorial. Esse prazo corresponde à data em que você abre a embalagem do alimento, ou seja, depois que for aberto, o alimento terá outra validade — que costuma ser indicada na própria embalagem.
O leite, por exemplo, pode durar até 4 meses sem refrigeração, da forma como vemos nas prateleiras do supermercado. Quando é levado para casa e aberto para consumo, a validade do leite cai para três dias.
Venceu... e agora?
Alguns alimentos não devem ser consumidos em hipótese alguma se estiverem vencidos, como é o caso dos embutidos, da maionese e do molho de tomate.
Carne vermelha, frango e peixe também devem ser evitados, assim como queijo, pão de forma e leite. Esse conjunto de alimentos são os que possuem maior risco de contaminação, além de maior probabilidade de apresentar bactérias que causam graves complicações à saúde.
A influência do armazenamento na validade
O ponto principal que determina a validade de um produto é a condição de armazenamento. Afinal, é possível que você já tenha comprado um alimento que parecia estragado ou “passado” mesmo dentro da data de validade proposta no rótulo. Isso ocorre pelo mau armazenamento, seja por guardá-lo na temperatura errada ou por não estar lacrado corretamente.
A questão da temperatura atinge, principalmente, os alimentos congelados. O controle de temperatura acaba sendo dificultado pelo transporte e pela própria variação entre o freezer e a geladeira da casa do consumidor. Apesar de existir a ideia de que alimentos congelados duram bem mais, é sugerido que esses produtos não sejam mantidos por mais de 1 mês no congelador, pois mesmo dentro do prazo é possível que haja contaminação por microrganismos.
Mesmo com os critérios altos de segurança e qualidade na indústria, os alimentos passam por uma cadeia que envolve o transporte e o varejista. Se todos cumprirem com a sua parte, a chance do alimento continuar próprio para consumo é muito maior.
A venda de produtos fora da validade ou alterados se tornou crime pela Lei 8.137/90 do código penal. Caso o cliente note alguma irregularidade no estabelecimento, é concedido o direito de exigir a troca ou a devolução do valor do produto.