Yasmin relatou compulsão alimentar, irritabilidade e ansiedade durante o BBB24.
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Yasmin relatou compulsão alimentar, irritabilidade e ansiedade durante o BBB24.

A modelo e empresária Yasmin Brunet, participante do programa BBB 24, relatou sintomas de abstinência de vape durante o confinamento. O vape, pod ou cigarro eletrônico se popularizou na última década e é consumido majoritariamente por jovens de 15 a 24 anos.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, é estimado que mais de 2 milhões de pessoas fumam vape no Brasil.

Antes, o vape era considerado uma muleta para os que queriam largar o tabagismo, por circular a informação de que o dispositivo não possuía nicotina. No entanto, mesmo contando com um aroma artificial que imita frutas ou menta, a nicotina está sim presente no vape, em dosagens que podem equivaler de 6 a 18 cigarros convencionais.

A quantidade de nicotina e outras substâncias no dispositivo podem causar dependência química, como a observada em Yasmin. "Eu estou sem dormir. Estou sem meu vape [cigarro eletrônico]. Estou quase indo ali fumar um cigarro e f*da-se", disse a modelo em conversa com Wanessa Camargo.

Um dos sintomas da abstinência de Yasmin é a compulsão alimentar, problema já vivido por ela anteriormente. A chamada síndrome de abstinência da nicotina também inclui dor de cabeça, irritabilidade, dificuldade de concentração, ansiedade e alteração do sono.

“Estou totalmente descompensada na alimentação, estou muito ansiosa. Eu já tive questões alimentares. Então, estou depositando tudo na comida [...] Parece que o único momento em que não penso, que não fico ansiosa, é o momento que eu como, mas, logo em seguida, já vem de novo”, relatou Yasmin. Os efeitos começam a surgir a partir da primeira semana sem fumo, por conta da liberação de antioxidantes.

Como lidar com a abstinência

  • As primeiras semanas sem fumar costumam ser as mais difíceis. Especialistas recomendam evitar hábitos associados ao consumo do cigarro ou vape, como beber álcool ou café;
  • Também é recomendado jogar fora o dispositivo e qualquer outro tipo de cigarro que tiver em casa — seja de palha, cravo, maconha. Para contornar os efeitos psicológicos, como a ansiedade, incluir exercícios físicos é essencial;
  • O acompanhamento médico pode ser um importante aliado. Em alguns casos, podem ser realizados tratamentos com uso de medicação tanto para ajudar a parar com o fumo, quanto para lidar com os efeitos da abstinência;
  • No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) promove anualmente eventos em comemoração ao Dia Mundial sem Tabaco. A data tem o objetivo de levar à conscientização sobre a necessidade de se parar com o hábito de fumar e ajudar quem está nesta jornada.

Fiscalização

O consumo do cigarro eletrônico preocupa as autoridades da saúde principalmente pela ausência de fiscalização, já que se trata de um produto proibido pela Anvisa desde 2009 — o que impossibilita o controle da dosagem de substâncias prejudiciais à saúde no dispositivo.

Em 2019, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) atribuiu uma doença respiratória ao uso do vape. A síndrome é conhecida como Evali [E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury], sigla em inglês para “lesão pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico ou vape”. 

Os efeitos do uso do dispositivo a longo prazo ainda são desconhecidos, mas assim como o cigarro comum, o vape contém substâncias que podem provocar doenças periodontais, envelhecimento precoce e infecções. Em pessoas diagnosticadas com Evali, podem surgir sintomas como falta de ar, dor abdominal, febre, calafrios, náuseas, vômitos e perda de peso.

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