A prevenção ao câncer de mama ajuda a identificar a doença no início, possibilitando fortes chances de cura
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A prevenção ao câncer de mama ajuda a identificar a doença no início, possibilitando fortes chances de cura


O movimento Outubro Rosa já se consolidou como a maior campanha de conscientização sobre o câncer de mama no Brasil e no mundo. Entretanto, a luta contra a doença não pode se limitar a um único mês, uma vez que o câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres brasileiras - o primeiro é o de pele não melanoma, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Ainda conforme o INCA, o câncer de mama representa 30% de todos os novos casos de câncer diagnosticados no país. Somente neste ano, estima-se que mais de 73 mil mulheres sejam diagnosticadas com a doença no Brasil, um número que reforça a importância da conscientização e da prevenção contínua.

Quando o assunto é câncer de mama, o diagnóstico precoce pode fazer diferença. Dados do INCA também apontam que, quando descoberto em estágios iniciais, a grande maioria dos casos tem tratamento efetivo. "A mamografia é a principal ferramenta de rastreamento, pois permite detectar nódulos que ainda não são palpáveis, o que aumenta as chances de um tratamento menos invasivo e com melhores resultados", explica a oncologista Ana Beatriz Albuquerque, do Hospital das Clínicas de Pernambuco - conveniado ao Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, o SUS conta com mais de 2,3 mil equipamentos desse tipo em uso, em todos os estados do país.

Mesmo com  ações de conscientização - como as do Ministério da Saúde (MS) - muitas mulheres ainda deixam de realizar o exame de rotina. Dados do Sistema Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que compõe o Sistema de Vigilância de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) do Ministério da Saúde, apontam que 26,9% das mulheres entre 50 e 69 anos - faixa etária considerada prioritária para o rastreamento - não fizeram mamografia em 2023.

Os motivos para a não realização da mamografia variam desde falta de tempo até o medo do diagnóstico. "É preciso desmistificar o câncer de mama. Detectá-lo cedo é o melhor caminho para o tratamento e, em muitos casos, a cura. A mamografia não deve ser vista como uma ameaça, mas como uma aliada", reforça Ana Beatriz.

Prevenção: estilo de vida e grupos mais vulneráveis

Além do rastreamento regular, o estilo de vida também desempenha um papel importante na prevenção do câncer de mama. De acordo com o Inca, aproximadamente 17% dos casos de câncer de mama podem ser evitados por meio da adoção de hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, prática regular de atividade física, manutenção do peso corporal adequado e evitar o consumo de álcool. "Mulheres que mantêm um peso saudável e fazem exercícios regularmente reduzem o risco de desenvolver a doença", continua a oncologista.

Além do estilo de vida, existem outros fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolver câncer de mama. Entre eles estão o próprio avançar da idade e o histórico familiar de câncer de mama.

"É importante que as mulheres conheçam os fatores de risco que não podem ser modificados e redobrem a atenção com o rastreamento, principalmente aquelas que pertencem a grupos de maior vulnerabilidade”, destaca Ana Beatriz.

Máquina de fazer mamografia digital
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Máquina de fazer mamografia digital


Mitos e verdades sobre o câncer de mama

Infelizmente, ainda existem muitos mitos na sociedade sobre o câncer de mama, e esses precisam ser desmentidos para que as mulheres não se privem do cuidado necessário. Um dos mais comuns é o de que o uso de desodorante antitranspirante poderia aumentar o risco da doença. Não há evidência científica que comprove essa relação. Trata-se de um mito. Assim como o uso de sutiãs apertados, pancadas ou dizer que o bebê arrotou no peito. Tudo isso não tem relação com a doença", esclarece a oncologista.

Outro mito é a ideia de que mulheres mais jovens não podem ter câncer de mama. Embora raro, há registros de casos em mulheres com menos de 40 anos, especialmente nos casos hereditários. "É essencial que mulheres de todas as idades estejam atentas aos sinais do próprio corpo e procurem um médico se perceberem alteração nas mamas", alerta Ana Beatriz.

Como fazer uma mamografia pelo SUS

É importante ressaltar que o SUS oferece a mamografia para todas as mulheres na faixa etária recomendada e também para aquelas com risco elevado de desenvolver câncer de mama. A mamografia é considerada um exame "padrão ouro" para a detecção precoce da doença, permitindo diagnósticos antes do surgimento dos sintomas.

A primeira etapa para ter acesso à mamografia é procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS), onde um profissional da atenção primária realizará uma avaliação e encaminhará a paciente para a realização do exame.

Passo a passo para agendar uma mamografia pelo SUS:

- Procurar a UBS mais próxima: visitar a Unidade Básica de Saúde mais próxima para iniciar o atendimento. O primeiro contato pode ser feito por um médico ou enfermeiro da equipe da atenção primária;

- Realizar uma consulta de avaliação: durante a consulta, o profissional de saúde fará uma avaliação, e, em caso de queixas mamárias, fará o exame clínico, observando e palpando as mamas.

- Receber o encaminhamento: se necessário, o profissional emitirá um encaminhamento para a realização da mamografia ou outros exames diagnósticos, como ultrassonografia;

- Aguardar o agendamento: a solicitação será encaminhada ao sistema de regulação do SUS, que agendará o exame em uma unidade que tenha o equipamento necessário;

- Comparecer ao exame: no dia e local agendados, dirigir-se à unidade de saúde para realizar a mamografia, seguindo as instruções do profissional;

- Retornar para os resultados: após o exame, o resultado deverá ser levado de volta à UBS, onde o médico fará a interpretação e discutirá os próximos passos, se necessário.

Esse procedimento simples é fundamental para a detecção precoce do câncer de mama e aumenta as chances de sucesso no tratamento.

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