covid-19 Uma pesquisa publicada na revista Science indica que a falta de uma vacina é um dos principais fatores para a rápida propagação do vírus
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Uma pesquisa publicada na revista Science indica que a falta de uma vacina é um dos principais fatores para a rápida propagação do vírus

Você já recebeu a nova corrente das redes sociais sobre a onda de calor no Brasil e o fim da Covid-19? A mensagem que circula, principalmente no Facebook e no WhatsApp, diz que o novo coronavírus (Sars-CoV-2) não suporta temperaturas acima dos 36ºC e por isso as pessoas não deveriam reclamar do calor nas últimas semanas. Mas não há nenhuma verdade científica no conteúdo da mensagem. 

O boato  tomou grandes proporções, mesmo sem embasamento da ciência mundial. Pesquisas mais recentes indicam que a incidência do novo coronavírus tem mais relação com a falta de medidas de prevenção do que com o clima em si.

Embora alguns estudiosos afirmem que o vírus tenha preferência por climas frios e secos, eles também pontuam que o Sars-Cov-2 conseguiu se espalhar de forma contundente em países quentes e úmidos, como o Brasil,  hoje com mais de 5 milhões de infectados.

Mas qual o principal fator para a propagação do novo coronavírus? Uma  pesquisa publicada na revista Science indica que a falta de uma vacina é um dos principais fatores para a rápida propagação do vírus no mundo, e não as baixas ou altas temperaturas.

Ainda de acordo com a pesquisa, um dos fatores cruciais para a não disseminação da Covid-19, enquanto não há uma vacina, é o distanciamento social, medida recomendada pelas principais autoridades de saúde do mundo.

As dúvidas sobre o novo coronavírus ainda são muitas porque é tudo muito recente para a literatura científica. Por isso, muito embora outros vírus tenham a interferência direta do clima, como o da gripe, ainda é cedo para cravar essa mesma possibilidade sobre o Sars-CoV-2.

"Obviamente, teremos que esperar alguns meses para obter os dados. Mas, por enquanto, muitos pesquisadores têm dúvidas de que a pandemia da Covid-19 entrará em uma necessária calmaria de verão. Entre eles estão alguns especialistas em transmissão de doenças infecciosas e modelagem climática, que executaram uma série de simulações no computador de como o vírus provavelmente se espalhará nos próximos meses. Esta equipe de pesquisa descobriu que a atual falta de imunidade dos humanos provavelmente será um fator primário para a propagação rápida e contínua do novo coronavírus neste verão e no outono", diz o artigo. 

O que diz a OMS?

A Organização Mundial da Saúde afirma que, mesmo em ambientes mais quentes, há risco de contágio por meio de partículas que ficam no ar quando alguém infectado tosse ou fala. E, se não resistisse acima dos 36ºC, o vírus seria desativado dentro do corpo humano, cuja temperatura média é de 37ºC. "Você pode pegar Covid-19, não importa quão ensolarado e quão quente esteja o clima”, diz a OMS.

Em uma revisão acadêmica de análises termodinâmicas publicada na Applied Physics Letters , mostra a sobrevivência de diversos vírus da família corona em temperaturas de 25ºC a 65ºC e indicou que o Sars-CoV-2 sobreviveria cerca de 10 horas em um ambiente com temperatura de 35ºC.

Mesmo aos 45ºC, o vírus ainda poderia resistir cerca de 1 hora e 40 minutos, e aos 50ºC, cerca de uma hora. A eliminação quase que imediata só ocorreria acima de 55ºC. 

Dessa forma, mesmo em dias muito quentes, as recomendações sanitárias permanecem as mesmas: uso de máscaras, higienização frequente das mãos e distanciamento social. 

Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB), disse em entrevista coletiva, no Palácio dos Bandeirantes, que o  uso de máscaras será obrigatório até que todos os paulistas estejam imunes. 

A Organização Mundial da Saúde declarou, em 30 de janeiro de 2020, que o surto da doença causada pelo novo coronavírus constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, o mais alto nível de alerta da organização, conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional. Em 11 de março de 2020, a Covid-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia.

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