Apesar da autorização da Anvisa para a importação dos insumos chineses, calendário da vacina foi alterado
Foto: Governo de SP
Apesar da autorização da Anvisa para a importação dos insumos chineses, calendário da vacina foi alterado

A CoronaVac, vacina desenvolvida pela farmacêutica Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, não chega à população em 2020, como era previsto pelo governo de São Paulo. 

De acordo com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, em entrevista à CNN, mesmo com a aprovação para a importação dos insumos da China, nesta quarta-feira (28), o calendário foi alterado por vários motivos. Entre eles a demora nos procedimentos de autorização da Anvisa e o fato de uma quantidade de voluntários, que participam do estudo clínico, ainda não ter testado positivo para a Covid-19. 

Participam do teste 13 mil voluntários de sete estados brasileiros, mais o Distrito Federal. Segundo o Butantan, cerca de nove mil participantes já foram imunizados, todos profissionais de saúde na linha de frente no combate à pandemia.

Covas detalhou ainda que, como o registro da vacina ainda não foi feito, o início da campanha de vacinação contra a Covid-19, antes 15 de dezembro, agora só é em meados de janeiro de 2021, no melhor dos cenários.

Ainda de acordo com diretor do Butantan, a perspectiva é de que os insumos chineses das 40 milhões de doses cheguem ao Brasil em 15 ou 20 dias. 

No dia 30 de setembro, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) assinou o contrato que garantia a entrega de 46 milhões de doses da CoronaVac ao estado. Na ocasião, Doria afirmou que, caso a vacina seja aprovada em segurança e eficácia, a vacinação no estado poderia começar ainda no dia 15 de dezembro. 

Hoje (28), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a importação de insumos chineses da CoronaVac. Por unanimidade, a diretoria da agência permitiu a importação de 120 bolsas com 200 litros cada do produto. 

Críticas sobre "atraso" da Anvisa

O diretor do Butantan, Dimas Covas, nos últimas dias têm feito queixas públicas de que a agência estaria retardando a autorização da importação dos insumos, solicitada no dia 23 setembro.

A Anvisa negou retardar a análise do pedido e disse que seria feito em cinco dias úteis, prazo que foi cumprido com a decisão tomada nesta quarta-feira. O pedido foi discutido em Circuito Deliberativo, uma instância de votação online dos diretores da Anvisa.

Na semana passada, a Anvisa já tinha liberado a importação de 6 milhões de doses da CoronaVac, que já virão envasadas e prontas para o uso.

Em coletiva de imprensa, o governador de São Paulo, João Doria, anunciou que as 6 milhões de doses da vacina deverão chegar ao País "no mais tardar" até a próxima segunda-feira, em voo especial. O governo do estado de São Paulo aguarda ainda a conclusão dos testes clínicos e autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para início da aplicação do imunizante.

Politização 

A CoronaVac ganhou as principais manchetes dos jornais na última semana após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmar que não compraria a "vacina chinesa". 

A decisão do presidente veio após o Ministério da Saúde, anunciar a negociação para adquirir as 46 milhões de doses da vacina do Butantan. 

Contrariado, Bolsonaro mandou cancelar a compra – e o ministério, por sua vez, divulgou novo posicionamento afirmando que não havia intenção de compra.

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