Um documento da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre os remédios contra Covid-19 destinados a países pobres mostra que a aposta atual é em tratamentos experimentais de anticorpos monoclonais e esteroides. O órgão também rejeita a terapia com o remdesivir, da Gilead Science.
O esquema de suprimento de medicamentos é um dos quatro pilares do chamado ACT Accelerator, projeto liderado pela OMS que também almeja garantir vacinas, exames de diagnósticos e equipamento de proteção para países mais pobres arrecadando mais de 38 bilhões de dólares até o início de 2022.
Visto pela Reuters, o esboço de documento de 30 de outubro da OMS diz que as prioridades são garantir anticorpos monoclonais em um mercado disputado e aumentar a aquisição e a distribuição do esteroide dexametasona, dos quais já reservou quase três milhões de conjuntos de tratamento para países mais pobres.
O documento delineia como o esquema gastaria o dinheiro dos doadores e não cita o remdesivir entre os remédios prioritários. A Gilead, empresa norte-americana que desenvolveu a medicaçaão, disse que o programa da OMS não financiou seus testes de Covid-19 e que este nunca abordou a farmacêutica para a possível inclusão do remédio em seu portfólio.
"As prioridades imediatas para o pilar [de terapias] são esforços crescentes para os anticorpos monoclonais e ao mesmo tempo o aumento do uso da dexametasona", diz o documento da OMS, que deve ser publicado na sexta-feira (6) ou na semana que vem.