Uma nova análise da Info Tracker - ferramenta que monitora o avanço da Covid-19 em São Paulo - aponta um aumento DE 10,7% nos casos suspeitos de Covid-19 na Grande São Paulo.
Em 1º de novembro, a região tinha 597.348 registros, mas na terça-feira, dia 17, o número saltou para 661.081. Só na capital paulista, o aumento é de 10% nos últimos 17 dias.
O alerta já havia sido feito na semana passada por cientistas de dados e matemáticos, no entanto o cenário teve uma piora nos últimos dias. A ferramenta Info Tracker, do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria, desenvolvida por professores da USP e Unesp, monitora diariamente 92 municípios do estado de São Paulo, através dos registros municipais de saúde.
São cidades que têm uma representatividade de 90% no número de óbitos
por Covid, e por isso refletem de forma significativa o cenário da pandemia no estado, explicam os especialistas.
— É um período muito curto para um aumento tão significativo. Muito provavelmente nós já estamos na segunda onda da doença, sim. Não dá para dizer que não — alerta Wallace Casaca, cientista de dados e um dos responsáveis pela plataforma.
Outro dado que assusta, segundo ele, é o número de internados por Covid. Só nos últimos sete dias, houve um aumento de 28% nas internações em hospitais públicos da cidade de São Paulo. Em 11 de novembro, eram 564 pessoas internadas com Covid. Ontem, o número já tinha passado para 722.
Entre as 22 subregiões do estado que estão em análise, outras sete apresentaram aumento nas internações em hospitais públicos e privados, além da capital. São elas: Sorocaba (24%), Grande SP Sudeste (18%), Grande SP Oeste (14%), Grande SP Norte (13%), São José do Rio Preto (11%), Taubaté (10%) e Baixada Santista (6%).
De acordo com Wallace, a taxa de reprodução do vírus, conhecida como RT, também é um forte indicador de que a pandemia voltou a ficar fora do controle em São Paulo. Antes de novembro, os índices estavam inferiores a 1. Porém, desde o início do mês, a taxa voltou a subir, e hoje está em 1,3. Isso significa que cada 100 pessoas tem capacidade de infectar outras 130. E que 130 infectam outras 169, e assim progressivamente.
— É sempre uma análise progressiva da infecção. Acima do 1 fica descontrolado, e começamos a ter uma infecção generalizada — explica Wallace. — A tendência é subir muito mais. Todos os indicativos são muito ruins agora, e qualquer intervenção dos governos é algo que deve ser imediato, porque só se refletem nos próximos 15 dias — completa.