Um documento elaborado pelo comitê de bioética do Hospital Sírio Libanês, composto por 20 profissionais de diferentes áreas entre os quais médicos, psicólogos e advogados, defende que a compra e distribuição de vacinas contra a Covid-19 pela rede privada não é ética.
O texto, acatado pela instituição, argumenta com a escassez do imunizante e a necessidade de democratizar o acesso e facilitar a vacinação de todos - não apenas dos que podem pagar pela vacina. Além disso, os profissionais afirmam que a prática "compromete também a solidariedade que gera a coesão social para viver em sociedade".
Também é pontuado que o privilégio para obter a vacina fere os princípios fundamentais de equidade, intgralidade e inversalidade, defendidos pelo Sistema Único de Saúde do Brasil, o SUS. “Seria uma escolha entendida por esse comitê como inadequada moralmente, além, do ponto de vista pragmático, de colocar em risco o próprio conceito do que é uma nação".
Por fim, os profissionais também defendem o ponto de vista prático e afirmam que somente imunizando pessoas com maior risco é possível previnir o colapso no sistema de saúde, já que a medida evita o aumento de internações e consequentemente de óbitos. “Se o sistema colapsa, tanto a pessoa de maior quanto a de menor risco morre. Evitando o colapso você beneficia inclusive quem não foi vacinado", defende o médio Daniel Forte, presidente do comitê, em entrevista à Folha de São Paulo.