A África do Sul anunciou neste domingo (7) que vai suspender o uso da vacina de Oxford/AstraZeneca em seu programa nacional de imunização contra a Covid-19. Isso porque um estudo da Universidade de Witwatersrand e da Universidade de Oxford mostrou que a vacina reduziu significativamente sua eficácia contra a principal variante no país, segundo reportagem do Financial Times.
O ministro da Saúde sul-africano, Zweli Mkhize, disse que o governo aguardará o conselho dos cientistas sobre a melhor maneira de proceder.
"Neste pequeno estudo de fase I e II, os dados iniciais mostraram eficácia limitada contra infecções leves principalmente devido à variante sul-africana B.1.351", disse um porta-voz da AstraZeneca no sábado (6). "No entanto, não fomos capazes de determinar adequadamente seu efeito contra infecções graves e contra hospitalização, uma vez que os indivíduos eram predominantemente adultos jovens saudáveis", acrescentou.
O governo sul-africano pretendia distribuir a vacina da AstraZeneca aos profissionais de saúde em breve, depois de receber 1 milhão de doses produzidas pelo Instituto do Soro da Índia, na segunda-feira. Mas, por conta dos resultados, o país oferecerá as vacinas desenvolvidas pela Johnson & Johnson e Pfizer nas próximas semanas, enquanto os especialistas consideram como a vacina da AstraZeneca poderia ser distribuída.
"O que isso significa para o nosso programa de vacinação, que dissemos que começará em fevereiro? A resposta é que continuará", disse Mkhize em entrevista coletiva online.
Proteção mínima
O teste envolveu 2.026 pessoas, com metade sendo o grupo placebo, e não foi revisado por pares, de acordo com o Financial Times. Segundo o jornal, nenhum dos participantes foi hospitalizado ou morreu.
"A Universidade de Oxford e a AstraZeneca começaram a adaptar a vacina contra esta variante e irão avançar rapidamente no desenvolvimento clínico para que esteja pronta para entrega no outono (do Hemisfério Norte), caso seja necessário", disse o porta-voz da AstraZeneca.