A vacina da Pfizer em parceria com a BioNTech contra a Covid-19 já começou a ser aplicada em mulheres grávidas nos EUA, segundo divulgação da empresa na quinta-feira passada (18).
Agora, a farmacêutica quer fazer testes clínicos globais e vai recrutar cerca de 4 mil gestantes para avaliações que devem ser completadas até janeiro de 2023.
Para Özlem Türecithe, chefe da área médica do laboratório alemão BioNTech, é hora de dar o próximo passo. “Precisamos estender nosso programa clínico para outras populações vulneráveis, como as gestantes, para, potencialmente, proteger não só elas, mas também as futuras gerações”, diz.
As gestantes não são as únicas a estar no radar da Pfizer. A empresa já iniciou testes do imunizante em adolescentes e tem planos de começar as avaliações em crianças e em pessoas com sistema imunológico comprometido. Além dela, a Moderna — cujo imunizante também foi aprovado para uso em caráter emergencial nos EUA — também pretende avaliar grávidas que receberem sua fórmula.
Atualmente, esse público está impedido de receber as vacinas contra a Covid-19 e as autoridades médicas americanas pedem que sejam feitas pesquisas imediatamente para que isso seja corrigido. Cientistas ligados ao governo federal americano dizem que as grávidas são mais vulneráveis ao novo coronavírus que outros indivíduos, mas os médicos recomendam que não elas recebam os imunizantes.
“Gestantes ou lactantes não deveriam ser protegidas de participar das pesquisas, mas sim ser protegidas por causa das pesquisas”, diz o Instituto Nacional de Saúde dos EUA em documento assinado e publicado pelo Journal of the American Medical Association (JAMA). “As suposições devem ser abandonadas quando o assunto é a vacinação dessa população.”
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Normalmente, as grávidas são excluídas de testes clínicos de novos medicamentos para protegê-las e a seus bebês. Isso porque as alterações no organismo durante a gestação podem levar a resultados inesperados se houver a aplicação de medicações — especialmente as que ainda estão em teste.
No caso da Covid-19, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA), autoridade equivalente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pediu às farmacêuticas que incluíssem esse público em suas campanhas de vacinação. Antes disso, porém, é essencial que os laboratórios conduzam estudos específicos para informações mais consistentes.
Em testes com animais, a vacina da Pfizer não apresentou nenhuma evidência de “toxicidade reprodutiva ou de fertilidade”. Além disso, participantes que receberam a vacina e engravidaram depois também não relataram problemas.
Fonte: CBS News