Doença de Haff é conhecida por deixar o xixi preto e está associada ao consumo de peixes
Foto: Reprodução/ Ulrike Leone/ Pixabay
Doença de Haff é conhecida por deixar o xixi preto e está associada ao consumo de peixes

Duas mulheres estão internadas após comerem o peixe da espécie Arabaiana, também conhecido como olho de boi. Uma delas está na UTI e a outra foi atendida na enfermaria de um hospital do Recife, em Pernambuco. Segundo a família delas, os médicos confirmaram o diagnóstico de Síndrome de Haff, conhecida como "doença da urina preta".

De acordo com informações do G1, a empresária Flávia Andrade, de 36 anos, e a irmã dela, a médica veterinária Pryscila Andrade, de 31 anos, chegaram ao Hospital Português, no bairro do Paissandu, na área central da capital pernambucana, no dia 16 de fevereiro.

A internação das irmãs ocorreu horas após almoço, que tinha no cardápio o peixe arabaiana, de acordo com a mãe das pacientes, a empresária Betânia Andrade. 

"As minhas irmãs comeram esse peixe e ele está aparentemente associado a uma toxina que leva à Síndrome de Haff. Elas consumiram esse peixe e, quatro horas após, apresentaram os sintomas. É um período muito curto, é uma doença rara. A minha irmã [Pryscila] teve um quadro de dor muito grande, ficou rígida, caiu dura no chão", contou Aline Andrade, irmã das pacientes, ao G1.

A mãe das duas pacientes fez um apelo para que informações sobre a doença sejam mais divulgadas para a população. "Essa é uma síndrome pouco conhecida, inclusive nos hospitais, é uma raridade. A fiscalização tem que bater em cima, pois estamos na Quaresma, quando se come muitos peixes e crustáceos. A população precisa fica ciente que pode haver uma infecção", relatou Betânia.

A doença de Haff é uma síndrome de rabdomiólise (ruptura de células musculares) sem explicação, e se caracteriza por ocorrência súbita de extrema dor e rigidez muscular, dor torácica, falta de ar, dormência e perda de força em todo o corpo, além da urina cor de café, associada a elevação sérica de da enzima CPK, associada a ingestão de pescados.

A doença pode evoluir rapidamente para insuficiência renal e pode levar a morte caso não seja tratada.

Especialistas apontam que os sintomas da doença surgem entre duas a 24 horas após o consumo de peixe ou crustáceos bem cozidos, mas contaminados. Os principais são dor e rigidez nos músculos, que é muito forte e surge de repente, urina muito escura, marrom ou preta, semelhante à cor do café, dormência ou perda da força.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), Pernambuco registrou, entre 2017 e 2021, 15 casos da doença, sendo dez confirmados (quatro em 2017 e seis em 2020) e cinco em investigação (em 2021).

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