O estado de São Paulo atingiu nesta segunda-feira (1°) a taxa de 73,2% de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI), com 7.173 pacientes internados com Covid-19, informou o governo estadual em boletim diário. Na Grande São Paulo, a taxa de ocupação de UTI é de 74,3%.
Ainda de acordo com os dados da Secretaria de Saúde, ao todo, no estado, 15.740 pessoas estão internadas em decorrência da doença, sendo 8.567 em leitos de enfermaria.
"Eu posso dizer que a velocidade de crescimento de internações não tinha sido vista nesse um ano de pandemia. A transmissão está muito alta e a forma principal de reduzir a transmissão é evitar que as pessoas se encontrem. Para isso existem as medidas restritivas. O centro de contigência está discutindo que recomendações fará ao governo esses dias. Eu acredito que vai ser no sentido de maior restrição para a maior parte do estado", explicou o médico Paulo Menezes.
"A pandemia retornou com velocidade e característica clínica diferentes da primeira onda. São pacientes mais jovens, com condição clínica mais comprometida. São pacientes que acabam permanecendo por período prolongado na UTI. Esses aspectos fazem com que tenhamos ocupação crescente de leitos. 60% desses pacientes estão ocupando nossas UTIs. O que víamos era o contrário. 60% ocupavam enfermarias e 40% nas UTIs. O Estado está hoje com 73,2% de ocupação de UTIs", afirmou Jean Gorinchteyn, secretário estadual de Saúde, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirante.
Gorinchteyn diz que a reabertura dos hospitais de campanha não é descartada, mas afirma que as ações têm "limitação de espaços e recursos humanos, de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas". "Precisamos que população mude comportamento. É vergonhoso o que vimos no fim de semana, com o número de autuações, com a forma que se expõem ao risco e levam o vírus para casa, matando mães, pais, tios e avós e se matando. Não é só perder paladar e olfato. Hoje vemos nova covid que está fazendo pessoas perderem a vida", acrescentou o secretário.
Plano São Paulo
Na última sexta-feira (27), o governo de São Paulo regrediu a Grande São Paulo, as regiões de Campinas, Registro e Sorocaba, à fase laranja da quarentena, que veta o funcionamento de bares e permite que restaurantes operem até as 20h.
Bares que servem alimentos são enquadrados na categoria de restaurantes e permanecem autorizados a funcionar e vender bebidas alcoólicas junto com as refeições.
Já as regiões de Ribeirão Preto e Marília, que estavam na laranja, retornaram à vermelha, na qual apenas serviços essenciais estão autorizados. Piracicaba foi a única a avançar, e passou à fase amarela, que libera funcionamento de restaurantes até 22h.