“Algo inédito, sem dúvida nenhuma”, relata Edson Aparecido, secretário de saúde da cidade de São Paulo. Segundo ele, é difícil acontecer de hospitais particulares ficarem com unidades de terapia intensiva (UTIs) lotadas — é mais comum a rede pública fazer esse tipo de solicitação, não o contrário. “Nos últimos 4 dias, tivemos solicitação de 30 leitos de UTI e enfermaria para atender a hospitais privados que estão com os equipamentos lotados e esgotados”, diz.
A piora na situação da pandemia do novo coronavírus na capital paulista é o principal motivo para que a situação tenha atingido um ponto tão crítico. As taxas de ocupação dos leitos de UTI nos hospitais particulares estão altas e a alternativa encontrada foi buscar espaços na rede pública. Entre os estabelecimentos que solicitaram essas vagas estão Aviccena, Albert Sabin, Nove de Julho, Edmundo Vasconcelos, Leforte, Vida’s, Nossa Senhora de Lourdes, Igesp, São Camilo e Maternidade São Miguel, Nipo Brasileiro, IAVC, Santa Paula, Santa Virgínia e São Cristóvão.
Francisco Balestrin, presidente do Sindicato de Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp), explica que as unidades da rede privada provavelmente fizeram essas solicitações depois de pedidos dos próprios pacientes. De acordo com ele, não há na rede privada um sistema de integração de leitos entre diferentes hospitais, mas os estabelecimentos se comunicam para tentar encontrar soluções.
Unidades municipais lotadas
Oito dos 15 hospitais municipais de São Paulo estão com UTIs lotadas. Na segunda-feira (15), o governo paulista anunciou a abertura de mais hospitais de campanha no Estado — um deles na região central da capital, com 180 leitos, sendo 50 deles de UTI. A previsão é que a unidade seja inaugurada no último dia do mês. Os estabelecimentos municipais sem leitos na capital são Arthur Ribeiro de Saboya, Cruz Vermelha, Santa Casa de Santo Amaro, Mario Degni, Sorocabana, Vereador José Storópolli, José Soares Hungria e Santa Isabel.
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Vale salientar que a melhor forma de amenizar a situação é ficando em casa o máximo possível. Antes que todos estejam vacinados, o ideal é evitar que a curva de contaminação cresça e, para isso, é imprescindível adotar os métodos mais eficazes contra a transmissão do vírus: distanciamento social, uso de máscara e higiene constante das mãos. A contribuição de toda a população é essencial para que as UTIs possam receber quem mais precisa.