Os profissionais da linha de frente que estão combatendo a Covid-19 no Brasil receberam do Ministério da Saúde máscaras do tipo KN95, consideradas inadequadas para quem lida diretamente com os contaminados pelo vírus. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia desaconselhado a compra do material hospitalar.
De acordo com um documento divulgado nesta quinta-feira (18) pelo jornal Folha de S.Paulo , a presidência da agência apontou no dia 13 de janeiro que o material não era indicado para ser utilizado em hospitais. Ainda sim, o Governo Federal manteve a distribuição dos equipamentos.
No texto, o órgão afirma que recebeu reclamações de hospitais, governos estaduais e profissionais de saúde alertando sobre o fato de as máscaras serem inadequadas. A Anvisa ainda alerta sobre a necessidade de utilizar um tipo de proteção eficiente em hospitais.
Além disso, na embalagem do produto consta o aviso “non-medical” (não-médica, em inglês). No entanto, o Ministério da Saúde avisa que a empresa fornecedora do material provou por meio de testes a eficiência do equipamento.
Alertas anteriores
Em junho de 2020 a Anvisa já havia impedido o uso do equipamento após a Agência Regulatória dos Estados Unidos dos Estados Unidos (FDA) ter suspendido o uso das máscaras por não encontrar evidências de sua eficácia contra o vírus em ambientes hospitalares.
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Em nota enviada a reportagem da Folha de S.Paulo, a Anvisa informou que a máscara está atualmente com “medida sanitária válida de suspensão de comercialização, distribuição e importação para uso em serviços de saúde”. E que “os respiradores falharam em demonstrar a eficiência de filtração mínima requerida”, completa ainda.
A empresa responsável por fornecer as máscaras consideradas inadequadas foi a Global Base Development HK Limited, de Hong Kong. O contrato foi assinado no dia 5 de outubro no valor de US$ 132 milhões (cerca de R$ 660 milhões), como consta no site do Ministério . Cada peça custa U$s 1,65 e foram adquiridas 40 mil. O valor ainda inclui outras 200 mil máscaras mais simples, no valor de US$ 0,33.
O Ministério da Saúde ainda não se pronunciou sobre o caso.
Via Folha de S.Paulo