Governador Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão
Foto: Agência Brasil
Governador Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), participou na manhã desta terça-feira de uma reunião entre governadores brasileiros e o Fundo Soberano da Rússia para tratar sobre a vacina Sputnik V, cuja importação foi negada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na segunda. De acordo com Dino, o fundo russo fornecerá "mais relatórios e documentos técnicos para possibilitar revisão administrativa ou judicial da decisão da Anvisa".

Na noite de segunda-feira, a Anvisa negou por unanimidade o pedido de importação excepcional da vacina Sputnik V, feito por dez estados. Os técnicos responsáveis por três áreas da agência foram contra a autorização por conta da falta de dados sobre segurança e eficácia. Segundo eles, a permissão pode colocar em risco a vida de milhões de brasileiros.

— Ou a Anvisa viu aquilo que ninguém no planeta enxergou, ou nós temos uma decisão, infelizmente, equivocada tecnicamente por parte da agência brasileira — disse Dino ao Jornal Hoje, da TV Globo.

O governador do Maranhão contou ao Jornal Hoje que o conteúdo da decisão da Anvisa foi apresentado na reunião com o fundo russo. E que os governadores que pediram a importação do imunizante aguardam para os próximos dias uma manifestação formal do Instituto Gamaleya — fabricante da Sputnik V — por escrito, em forma de parecer técnico, para a realização de um pedido de revisão administrativa na Anvisa.

Nesta terça-feira, os fabricantes da vacina Sputnik V criticaram a decisão da Anvisa, afirmando que a negativa de importação do fármaco teve causa "política".

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"Os atrasos da Anvisa na aprovação da Sputnik V são, infelizmente, de natureza política e não têm nada a ver com acesso à informação ou ciência", escreveu o perfil oficial da vacina russa no Twitter.

O diretor-presidente da agência, Antônio Barra, refutou as críticas à agência e acusações de insensibilidade em relação ao cenário da pandemia no país. Segundo ele, a Anvisa está cumprindo sua missão de zelar pela saúde da população.

Em audiência na Comissão Externa da Câmara dos Deputados destinada a acompanhar ações de combate à Covid-19, o gerente de medicamento da Anvisa, Gustavo Mendes, reforçou na manhã desta terça-feira que a fabricante da Sputink V não prestou todas as informações necessárias. Sem citar a decisão da agência, ele enfatizou que o órgão “não tem caráter politico”. E disse também que a Anvisa está aplicando o mesmo critério para a análise de todas as vacinas.

Sobre questionamentos de que o imunizante já foi aprovado por outras agências internacionais e está sendo aplicado em diversos países, como Rússia e Argentina, Gustavo Mendes afirmou que as informações enviadas pelos fabricantes não foram suficientes para a aprovação no Brasil.

Além dos dez estados que solicitaram a autorização de importação do imunizante, há, ainda, um pedido de autorização emergencial de uso da Sputnik V na Anvisa, feito pela União Química — laboratório responsável pela distribuição da vacina no Brasil. Além das 37 milhões de doses compradas pelos estados, o Ministério da Saúde tem um contrato para aquisição de 10 milhões de doses da vacina.

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