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"Sempre atrasado", diz Doria sobre governo federal e vacinação em Botucatu

Após o anúncio de que o Ministério da Saúde  vai vacinar toda a população de Botucatu (SP) contra a Covid-19 para desenvolver uma pesquisa que procura avaliar a eficácia do imunizante Oxford/AstraZeneca, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) ironizou que o governo federal trabalha em "fórmula lenta". 

Questionado pelo iG, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (28), sobre o novo projeto da pasta, semelhante ao que foi  feito pelo Instituto Butantan em Serrana (SP), Doria afirmou que o governo federal está sempre "atrasado".

"É impressionante, nós temos que ter a velocidade da Fórmula 1 para o combate à pandemia, enquanto isso, o governo federal faz a fórmula lenta. Ele está sempre depois, sempre atrasado, sempre chega fora de hora. Este é o governo federal e o Ministério da Saúde diante de uma pandemia que já levou a vida de quase 400 mil brasileiros", reclamou o governador de São Paulo. 

Para o diretor do Butantan, Dimas Covas, o estudo da vacina CoronaVac, feito em Serrana, é importante e serviu de inspiração ao Ministério da Saúde. "É algo inédito no mundo e pode servir de paradigma para avaliação de vacinas principalmente em momentos delicados como esse. Que bom que o estudo de Serrana já esteja produzindo os seus frutos. Queremos que outros locais e outros países usem essa iniciativa e aprendam com essa possibilidade de testar rapidamente a eficiência de uma vacina", destacou o pesquisador. 

O coordenador-executivo do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo, João Gabbardo, também ressaltou que o estudo sobre a vacina de Oxford é muito positivo. "Nós entendemos como muito positiva essa pesquisa que vai ser feita em Botucatu, uma vez que a gente já tem um estudo em andamento na cidade de Serrana, que vai responder a uma série de dúvidas que todo o setor da ciência brasileira espera quanto ao uso da vacina. Então, pelo fato de termos duas vacinas hoje utilizadas no Brasil, é importante que tenhamos mais informações sobre o uso da vacina da AstraZeneca, no aspecto da eficácia e segurança", disse. 


O estudo

O Ministério da Saúde informou que o estudo em Botucatu terá uma duração estimada de oito meses, incluindo a aplicação das duas doses e o acompanhamento da população que recebeu essas vacinas.

A pasta informou que a cidade foi escolhida porque reúne uma série de condições que fazem da região o local ideal para esse tipo de análise, que combina testagem em massa e sequenciamento genético da Covid-19.

São cerca de 150 mil habitantes, dos quais 106 mil são maiores de 18 anos. Pelo projeto de vacinação em massa, todos esses serão vacinados, e os casos positivos na região sequenciados. 

Além do Ministério da Saúde, a pesquisa conta com uma série de parceiros, dentre os quais a Universidade de Oxford, o laboratório AstraZeneca, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Fundação Gates, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a prefeitura de Botucatu. O município já vinha adotando algumas medidas que foram cruciais para o desenvolvimento da pesquisa, como a testagem de todos os sintomáticos de síndromes gripais com o exame RT-PCR.

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