Vacina Soberana, de Cuba
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Vacina Soberana, de Cuba

A vacina Soberana 2, que começou a ser prospectada pela Prefeitura de São Paulo, está na fase 3 de ensaios clínicos, a última etapa antes da submissão para aprovação para uso emergencial. Cerca de 300 mil doses já foram aplicadas em profissionais de saúde e do setor biofarmacêutico da ilha caribenha, etapa classificada como estudos de intervenção. Outras 100 mil doses foram enviadas para o Irã, que participa dos testes.

Em nota divulgada nesta quinta-feira, a prefeitura confirmou que o interesse pela vacina cubana foi manifestado pela secretária de Relações Internacionais da Prefeitura, Marta Suplicy, em contato com representantes do Consulado de Cuba no Brasil. Marta falou sobre o início das conversas durante audiência, na quarta-feira, com a Câmara Municipal. Segundo ela, embora a vacina ainda não esteja finalizada, a capital paulista entrou na fila.

Na nota, a Secretaria de Saúde afirma que o importante é "abrir o leque" de tratativas com laboratórios para que, quando for possível comprar imunizantes, os recursos estejam disponíveis. Informa ainda que já manifestou intenção de compra com os laboratórios Pfizer, Janssen e AstraZeneca, que produzem imunizantes já incluídos no Programa Nacional de Imunizações, e que a documentação necessária está sendo preparada para quando for possível a aquisição. "Esses contatos ocorreram após autorização da Câmara, do Senado e do prefeito Bruno Covas", diz a nota.

24 mil voluntários iranianos

Produzida pelo Centro Nacional de Biopreparações (BioCen), do grupo estatal BioCubaFarma, a Soberana é uma série de três tipos de vacinas — Soberana 1, Soberana 2 e Soberana Plus.

Segundo informações do laboratório, assim como a CoronaVac, a eficácia da vacina Soberana 2, a que está em fase mais adiantada, têm se mostrado maior para infecções graves e mortes e o percentual é maior se aplicadas duas doses.

Uma terceira opção, que também está sendo testada pelos cientistas cubanos, é o uso de duas doses da Soberana 2, associada a uma dose de Soberana Plus, outra versão do imunizante.

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O início da Fase 3 dos testes no Irã foi anunciado pelo Twitter na última terça-feira por Dagmar Rivera, cientista do Instituto Finlay de Vacunas, e Cuba, e terá participação de 24 mil voluntários do setor de saúde e da Universidade de Ciências Médicas de Isfahan.

A Soberana 2 associa a toxina do tétano à proteína Spike do coronavírus, a responsável pela entrada do vírus nas células humanas.

O governo cubano promete imunizar até o fim de maio quase toda a população de Havana, de cerca de 1,7 milhões de pessoas, embora os estudos não estejam concluídos. Cuba pretende ainda realizar a Fase 3 dos ensaios clínicos em outros países. Na América Latina, Venezuela e México manifestaram interesse na compra do imunizante.

Desde o início da pandemia, em 2020, Cuba registrou 597 mortes por Covid-19. Os dados são do governo de Cuba, divulgados até o último dia 22. Este ano, o número de casos na ilha quintuplicou em relação a 2020, o primeiro da pandemia. O objetivo do Ministério da Saúde local é imunizar toda a população do país, estimada em 11 milhões de pessoas, até o fim deste ano.

Além das três versões da série Soberana, Cuba desenvolve um imunizante de aplicação nasal e a vacina denominada Abdala, que também vai entrar na Fase 3 de ensaios clínicos.

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