![Apesar da comemoração especial, médicos ouvidos pelo iG acreditam que assim como após o Natal e o Ano Novo de 2020, as aglomerações no próximo domingo podem gerar um novo pico da doença no Brasil Apesar da comemoração especial, médicos ouvidos pelo iG acreditam que assim como após o Natal e o Ano Novo de 2020, as aglomerações no próximo domingo podem gerar um novo pico da doença no Brasil](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/2g/n6/1w/2gn61wjaacwvyrla6s8x6zygi.jpg)
No próximo domingo (9), data em que é celebrado o Dia das Mães,
muitos brasileiros pretendem reencontrar a família, seja para um almoço mais rápido ou uma visita no fim de semana. Apesar da comemoração especial, médicos ouvidos pelo iG acreditam que, assim como o ocorrido após o Natal e o Ano Novo de 2020, poderá haver um novo aumento de casos
da doença por conta dessas aglomerações.
A médica infectologista Claudia Maruyama, do Hospital San Gennaro, explica que sempre após feriados há o aumentos de casos da doença por causa das aglomerações. "Vimos que com os encontros de fim de ano, o vírus pode aumentar a sua circulação e assim propiciar o aumento das variantes, e com elas a mudança do perfil dos infectados, como com a P1 que tem um maior acometimento nos mais jovens. A vacinação no Brasil ainda não atingiu a imunidade de rebanho, que é quando a gente começa a ver um resultado coletivo de redução da infecção, assim como os jovens ainda não foram vacinados. Com todo esse cenário, as aglomerações ainda não podem ocorrer de forma alguma", alerta a especialista.
Nesta últiam quinta-feira (6), o Brasil superou a triste marca das mais de 416 mil vidas perdidas e 15 milhões de diagnósticos positivos desde o início da pandemia da Covid-19. Especialistas veem uma estabilização preocupante nas últimas semanas, que inclusive indica a formação de um alto platô com números bem mais altos do que os vistos no ano passado.
Alexandre Cunha, infectologista do Hospital Sírio-Libanês em Brasília, também acredita que o ideal seria evitar os encontros nesta data, mesmo que muitas mães já estejam vacinadas com as duas doses. "Quanto mais pessoas na bolha, maior é o risco. Essas visitas sendo mais frequentes podem provocar um novo pico da doença mais para frente. Se a gente comparar com os encontros no fim do ano de 2020, os dados de casos, mortes e internações eram menores e a circulação do vírus também. Então, apesar de haver um descenso do número de casos e óbitos, a gente ainda está ainda num nível bastante alto", alertou.
Como reduzir os riscos?
Do ponto de vista médico, a indicação é evitar contato próximo com pessoas que não dividam a unidade domiciliar em que você reside. Mas, se o encontro for feito mesmo diante do cenário crítico da pandemia no Brasil, há como evitar maiores riscos.
Claudia Maruyama destaca que todos os cuidados sanitários devem ser mantidos e se algum familiar tiver sintomas gripais, febre ou contato com caso suspeitos, a recomendação é que se mantenham isolados. "Para evitar maiores danos, é importante evitar aglomeração, se manter com a máscara sempre que possível, ter os ambientes bem ventilados, caso tenha refeição em família que seja com o menor número de pessoas e mesa grande. Se não for possível, que as pessoas se mantenham distantes ao comer, como deixar cada núcleo familiar em uma mesa diferente, que deixem os pratos em uma mesa e se sentem distantes e não na mesa", diz.
Apesar dos cuidados necessários, não existe segurança 100% confiável, ainda mais porque no momento da refeição, as pessoas tiram a máscara e conversam. "Isso pode gerar muitas gotículas durante o almoço ou o jantar. Mesmo que as mães estejam vacinadas, elas ainda podem transmitir a doença e aumentar a disseminação do vírus para outras pessoas, é um risco", explica o infectologista Alexandre Cunha.
Maruyama alerta ainda que após pouco mais de um ano de convivência com o novo coronavírus (Sars-CoV-2), ainda há muitas dúvidas na comunidade científica. "O que temos certeza hoje é que a disseminação do vírus só diminui quando as medidas sanitárias são seguidas de forma correta, ou seja, higienização das mãos, uso correto das máscaras e distanciamento social", conta.