Vacina de Oxford e da farmacêutica AstraZeneca
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Vacina de Oxford e da farmacêutica AstraZeneca

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou, em comunicado na noite de segunda-feira, a suspensão do uso da vacina contra a Covid-19 de Oxford/AstraZeneca para gestantes. Entenda o que se sabe até o momento sobre a interrupção.

No final de abril, o Ministério da Saúde incluiu todas as grávidas no grupo prioritário da vacinação contra a Covid-19, vacinando primeiro gestantes e puérperas (com até 45 dias de pós-parto) com comorbidades. Como noticiado pelo jornal Folha de S.Paulo, o Ministério da Saúde investiga a morte de uma mulher grávida no Rio de Janeiro após uso do imunizante que, no Brasil, é fabricado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Após determinação da Anvisa, a maioria dos estados já suspendeu temporariamente a vacinação contra a doença para esse grupo.

O GLOBO aguarda o posicionamento do Ministério da Saúde, da AstraZeneca e da Fiocruz, que não responderam até o momento.

O que diz a Anvisa?

Segundo a Anvisa, a orientação é que a indicação da bula da vacina da AstraZeneca seja seguida pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), e ela não recomenda o uso da vacina por gestantes sem orientação médica.

"Esta recomendação é resultado do monitoramento de eventos adversos feito de forma constante sobre as vacinas contra Covid em uso no país", explica a agência, em comunicado.

E continua: "O uso off label de vacinas, ou seja, em situações não previstas na bula, só deve ser feito mediante avaliação individual por um profissional de saúde que considere os riscos e benefícios da vacina para a paciente."

O que diz a Secretaria de de Saúde do RJ?

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro informou que o caso foi notificado pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio ao estado e ao Ministério da Saúde. "Todos os dados serão analisados pelo Ministério da Saúde, a quem cabem os processos de investigação de eventos adversos graves", afirmou, em nota.

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Segundo a secretaria, o PNI está avaliando também a necessidade de suspensão da vacinação em puérperas e irá emitir um comunicado "o mais breve possível".

Grávidas que receberam a 1ª dose, devem tomar a 2ª?

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro informou que aguarda orientações sobre a segunda dose das gestantes que receberam a vacina de Oxford/Astrazenaca. "À princípio, neste momento, a aplicação da segunda dose também está suspensa" no Rio de Janeiro, afirmou a secretaria.

O Ministério da Saúde ainda não informou qual a orientação para esses casos.

Outras interrupções

Em setembro do ano passado, a AstraZeneca fez uma pausa nos testes clínicos da vacina contra a Covid-19, para avaliação de reação adversa em voluntária britânica. Dias depois, um comitê independente decidiu que o ensaio poderia ser retomado. Especialistas explicaram, na época, que paralisações do tipo são comuns em testes clínicos.

Este ano, países ao redor do mundo suspenderam o uso do imunizante após relatos de coágulos sanguíneos raros em pessoas que haviam sido vacinadas.

Em abril, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) relatou que encontrou uma possível ligação entre a vacina e alguns casos de coágulos sanguíneos em adultos vacinados, mas informou que os casos são raros e considera que o balanço entre riscos e benefícios da vacina contra a Covid-19 permanece "positivo". Vários países retomaram seu uso, alguns com restrições de idade.

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