Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial dos anticorpos monoclonais banlanivimabe e etesevimabe no tratamento de pacientes com Covid-19.
Em votação unânime, a autorização foi concedida em caráter temporário durante reunião extraordinária nesta quinta-feira. A indicação é para casos leves e moderados.
Depois de injetado no corpo, o medicamento atua como os demais anticorpos ao encontrar e combater agentes invasores. Crianças de pelo menos 12 anos ou que pesem a partir de 40 quilos podem utilizar o tratamento, administrado em dose única, desde que tenham alto risco de agravamento da Covid-19 ou necessidade de hospitalização. Fabricado pela farmacêutica Eli Lilly do Brasil, o preço será definido em reunião em 27 de maio.
A associação não deve ser usada em pacientes que já estejam hospitalizados com Covid-19 ou que necessitem de oxigênio ou ventilação mecânica em seus tratamentos.
O medicamento não poderá ser adquirido em farmácias e a autorização da Anvisa é para uso por hospitais. A incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS) depende da avaliação do Ministério da Saúde.
Segurança e eficácia
A eficácia do medicamento foi atestada por estudo clínico que apontou uma redução de 70% nos índices de hospitalização relacionada à Covid-19 e de óbitos por qualquer causa.
Por ser um medicamento aprovado em uso emergencial, a segurança e a eficácia dos anticorpos continuarão a ser avaliadas por estudos em andamento. Os possíveis efeitos adversos incluem reação alérgica, febre, calafrios e coceira.
Como foram observadas reações graves na administração de Banlanivimabe, com ou sem Etesevimabe, deverá ser incluída na bula do medicamento a seguinte observação: "Monitore clinicamente os pacientes durante a administração e observe os pacientes por pelo menos uma hora após a conclusão da infusão".
Terceiro medicamento aprovado no Brasil no combate à Covid-19
Esse é o terceiro medicamento aprovado no Brasil no combate à Covid-19.
A Agência tinha aprovado no dia 12 de março o antiviral Rendesivir, um medicamento injetável produzido no formato de pó para diluição, que teve o registro concedido para o laboratório Gilead.
Assim, as associações de anticorpos monoclonais casirivimabe + imdevimabe e banlanivimabe + etesevimabe formam com o Rendesevir o trio de medicamentos com indicação aprovada para o tratamento da Covid-19 no país.