A vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford funciona bem como uma terceira dose de reforço, aumentando os anticorpos contra a proteína "spike" do coronavírus entre os participantes de um estudo. A informação foi noticiada pelo Financial Times, nesta quarta-feira (19).
O jornal citou uma pessoa familiarizada com os resultados do estudo, dizendo que ele mostrou que a reação de anticorpos à dose de reforço foi "forte o suficiente contra qualquer variante" e coloca fim ao temor de que os adenovírus não pudessem ser usados mais de uma vez.
A AstraZeneca e a universidade não responderam imediatamente a um pedido da Reuters para comentar o estudo de Oxford, ainda não publicado.
O imunizante usa uma nova tecnologia que emprega uma versão modificada dos adenovírus, que causam o resfriado comum, como vetores que transmitem instruções às células humanas. Isso gerou preocupação entre os cientistas de que as doses poderiam perder potência se as vacinações anuais se tornassem necessárias para combater novas variantes.
Não se sabe quando Oxford e AstraZeneca planejam publicar os dados do estudo, acrescentou o Financial Times.
A notícia chega no momento em que fabricantes de vacinas alertam que o mundo precisará de doses de reforço anuais, ou novas vacinas, para combater as variantes do coronavírus, embora alguns cientistas questionem se tais doses são necessárias.
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A União Europeia assinou um novo contrato este mês para 1,8 bilhões de imunizantes da Pfizer/BioNTech para usar como doses de reforço.
Emirados Árabes Unidos e Bahrein vão usar terceira dose da Sinopharm
Os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein vão oferecer uma terceira dose da vacina da Sinopharm contra a Covid-19 para pessoas que já receberam duas doses.
"Uma dose de suporte adicional da Sinopharm está agora disponível para pessoas que receberam a vacina anteriormente e que agora completaram mais de seis meses desde a segunda dose", informou a Autoridade Nacional de Gerenciamento de Desastres e Crises de Emergência dos Emirados Árabes Unidos.
O Bahrein dará prioridade aos trabalhadores da linha de frente, residentes com mais de 50 anos e aqueles com condições subjacentes para as doses de reforço. Os países do Golfo, que aprovaram a vacina da Sinopharm no final do ano passado, estão entre os primeiros no mundo a revelar planos para doses de reforço.
A chinesa Sinopharm conquistou o apoio da Organização Mundial da Saúde para sua vacina este mês, mas há dúvidas sobre se o imunizante, ao mesmo tempo que protege os indivíduos do desenvolvimento da Covid-19 grave, pode ajudar a impedir o vírus de ser transmitido e infectar mais pessoas. A eficácia da vacina na prevenção de infecções sintomáticas e hospitalizações foi estimada em 79% em todas as faixas etárias combinadas, disse a OMS.
Os Emirados Árabes Unidos já administraram a terceira dose a um "pequeno número" de pessoas que não desenvolveram anticorpos após as duas primeiras injeções da Sinopharm, noticiou o jornal The National em março. O país têm uma das campanhas de vacinação contra a Covid-19 mais rápidas do mundo, tendo administrado mais de 11,5 milhões de doses para sua população de cerca de 10 milhões.
Peng Xiao, o presidente-executivo da G42, empresa que está fabricando a vacina da Sinopharm nos Emirados Árabes Unidos, disse em março que a empresa estava "testando se uma terceira injeção pode ajudar a proteger contra as novas mutações que vemos ao nosso redor".