Edson Aparecido
Foto: Reprodução/Prefeitura de SP
Edson Aparecido


Em reunião virtual sobre medidas de contenção da disseminação de novas variantes do coronavírus, neste sábado (22), o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, propôs ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que barreiras sanitárias sejam feitas em aeroportos, rodoviárias e rodovias para tentar conter a disseminação da variante indiana.

Também participaram da reunião deste sábado representantes da Secretaria Estadual de Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o prefeito de Guarulhos, Guti (PSD).

Entre as medidas propostas pela prefeitura de São Paulo estão a exigência de teste negativo para Covid-19 do tipo RT-PCR para passageiros que cheguem no estado vindos de voos do Maranhão ou da Argentina.

"A ideia é que a gente possa, em uma ação integrada e comandada pela Anvisa, fazermos todo esse processo de triagem, de isolamento e monitoramento, de ações educativas que possam ser preventivas em relação à circulação de novas variantes, principalmente a variante indiana", disse Aparecido em entrevista à GloboNews.

Também foi sugerida a busca por pacientes com sintomas de Covid-19  em rodoviárias e caso o teste seja positivo, a pessoa deverá ser isolada e monitorada por dez dias.

"As sugestões feitas pela cidade de São Paulo, o ministro viu com muito bons olhos, dizendo inclusive que poderia se transformar em uma orientação nacional. Acreditamos pelo menos preparar as funções de triagem com as nossas equipes, que nós vamos montar já nesse domingo para tentarmos colocar em trabalho na segunda-feira. Sobretudo, no Terminal Rodoviário do Tietê, onde chegam dois ônibus por semana do Maranhão", disse o secretário.

Por ser a principal porta de entrada de viajantes de todo o mundo, o aeroporto de Guarulhos e, consequentemente, a cidade de São Paulo são focos de preocupação quanto à disseminação do vírus e mutações que possam ocorrer. O ministro da Saúde e as autoridades dos dois municípios paulistas, assim como a Anvisa, discutiram formas de evitar que variantes entrem por portos e aeroportos.

"Sabemos que o caso com a cepa indiana foi detectado rapidamente, mas temos que manter o acompanhamento dos pacientes infectados e das pessoas que tiveram contato com eles, incluindo os profissionais de saúde que atenderam essas pessoas", disse Queiroga. "Considerando que São Paulo é a maior cidade do país e Guarulhos é o maior aeroporto, devemos reforçar a vigilância para que essa variante não se espalhe pelo Brasil", explicou o ministro.

"O Ministério da Saúde tem mantido contato com a Secretaria de Saúde do Maranhão, onde está ancorado o navio em que foram identificadas pessoas infectadas com a mutação de origem indiana. Um desses pacientes precisou ser socorrido de helicóptero para receber atendimento hospitalar. Dessa forma, a pasta também acompanha todas as pessoas que tiveram contato com esse paciente, incluindo os responsáveis pelo transporte e profissionais de saúde", destacou a pasta por meio de nota.

Entenda

Na última quinta-feira (20), o governo do Maranhão confirmou o registro dos primeiros seis primeiros casos no Brasil da variante indiana, chamada de B.1.617.

A embarcação MV Shandong da Zhi saiu do Terminal Marítimo Teluk Rubiah, na Malásia, no dia 27 de março deste ano. Depois, o navio passou pela Cidade do Cabo, na África do Sul, onde embarcaram os 24 tripulantes.

O destino da viagem era o Porto da Madeira, em São Luís. No entanto, um tripulante de nacionalidade indiana, de 54 anos, começou a sentir os sintomas da Covid-19 no dia 4 de maio e teve febre.

Confira o que a Anvisa já faz nas fronteiras para conter a disseminação de novas variantes: 

De acordo com a agência, com a identificação da linhagem B.1.617 do novo coronavírus, registrada inicialmente na Índia, o órgão diz que intensificou  as ações já implementadas nos portos e aeroportos de todo o país.   

"As medidas sanitárias adotadas no caso da embarcação MV Shandong Da Zhi, que permanece em quarentena no Porto do Itaqui, em São Luís (MA), visam diminuir os riscos de exposição da população ao contato com a nova variante do SARS-CoV-2", explicou por meio de nota. 

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