O Ministério da Saúde prepara um mutirão para vacinação nas capitais do país com as 3 milhões de doses de vacina antecipadas pela farmacêutica Janssen. A estratégia está sendo desenhada para evitar a perda de imunizantes devido ao prazo curto de validade das doses, que, segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, vencem no dia 27 de junho. Inicialmente, a expectativa é que a vacina chegue ao Brasil na próxima semana, mas a remessa depende de uma autorização do FDA, agência regulatória americana.
O Ministério pretende distribuir e aplicar as doses nas capitais em um período de cinco dias. A operação está sendo desenhada pela pasta, que aposta na capacidade de vacinação diária do Sistema Único de Saúde, apto a imunizar até 2,4 milhões de pessoas por dia. Em fala na CPI da Covid nesta terça-feira, no entanto, o ministro admitiu as doses podem não servir caso haja demora na liberação pelo FDA.
— Ainda está dependendo do FDA. Então, quando o FDA der o posicionamento aí a vacina pode vir. Naturalmente que se tardar o posicionamento do FDA, essas 3 milhões de doses podem não ser mais úteis pra nós, não é? Por conta da exiguidade de prazo — afirmou o ministro.
A informação sobre o curto prazo de validade foi dada pela Folha de S. Paulo e confirmada pelo ministro da Saúde durante sua fala na CPI.
Diante do curto prazo de validade, o Ministério consultou estados e municípios antes de aceitar as doses da Janssen e obteve sinal verde para aceitar a entrega. De acordo com o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Eduardo Lula, é possível realizar a vacinação em tempo hábil, caso as doses cheguem na próxima semana, o que daria um prazo de até 14 dias até o vencimento.
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— Pelo ritmo de vacinação dá tempo de aplicar. Eles (o Ministério da Saúde) consultaram a gente sobre isso, sobre o prazo. Estimativa de 10 a 14 dias, que estamos planejando, aí da tempo de aplicar — afirmou.
Segundo ele, o Ministério já falou sobre a recomendação de aplicar as doses nas capitais dos estados para agilizar o uso.
Na semana passada, a pasta anunciou a antecipação de 3 milhões de doses da Janssen. O país tem um total de 38 milhões de doses contratadas junto à farmacêutica, que é um braço da da Jonhson & Johnson. A vacina já tem registro de uso emergencial na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e é aplicada com apenas uma dose. Dessa forma, a remessa adiantada ao Brasil seria suficiente para imunizar três milhões de pessoas.