Após uma reunião nesta sexta-feira em Brasília, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmaram que os técnicos de ambas as pastas trabalharão em conjunto cruzando dados das entregas de doses de vacina para verificar se São Paulo deveria ter recebido quantidade maior de imunizante.
De acordo com Queiroga, caso se confirme que o estado "deve" doses ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) a pasta vai avaliar uma maneira de compensar as entregas de maneira escalonada para não impactar a vacinação no estado.
A confusão em relação à entrega de doses para São Paulo começou na quarta-feira, quando o governador paulista, João Doria (PSDB), acusou o Ministério da Saúde de "boicotar" a vacinação no estado. Segundo Doria, a pasta teria deixado de enviar 228 mil doses da vacina da Pfizer a São Paulo.
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No mesmo dia, à noite, em coletiva de imprensa, o secretário executivo do ministério, Rodrigo Cruz, e a secretária extraordinária para enfrentamento à Covid, Rosana Melo, rebateram as acusações e afirmaram que a remessa reduzida era uma compensação, uma vez que São Paulo havia retirado doses a mais de CoronaVac diretamente com o Instituto Butantan, que fica no estado.
Na quinta-feira, a procuradoria do estado afirmou que entraria com uma ação na Justiça para questionar o critério de distribuição das doses. Diante da celeuma, uma reunião entre o secretário estadual e o ministro foi marcada para esta sexta.
"Primeiro, estamos discutindo o número exato de doses a serem compensadas; segundo, a forma de compensar essas doses. Na hipótese de São Paulo ser devedor ao PNI vamos buscar uma maneira de compensar essas doses nas próximas pautas, de sorte a não criar impacto grande na campanha de vacinação de São Paulo", afirmou Queiroga, minimizando em seguida o clima de tensão com o estado: "São Paulo e o Brasil estão juntos para imunizar a população dessa grande nação."