A Prefeitura do Rio manterá o calendário que prevê a aplicação da terceira dose da vacina contra a Covid-19 em pessoas com 60 anos ou mais. Essa também era a orientação inicial da Secretaria estadual de Saúde (SES), que no entanto reviu seu protocolo na última terça-feira e, seguindo a recomendação do Ministério da Saúde, determinou que o novo reforço será ministrado a todos os idosos com 70 anos ou mais. Apesar da mudança, a SES informa que continua pedindo ao ministério a inclusão de todas as pessoas com 60 anos ou mais no planejamento nacional de distribuição da dose de reforço.
Na divulgação do 35° boletim epidemiológico da cidade, nesta sexta-feira, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, disse que "pressiona" a secretaria estadual e o ministério a ampliar a faixa etária das pessoas contempladas com a terceira dose.
"Estamos insistindo com o MS e a SES pra dar dose de reforço pra todos os idosos acima de 60 anos. Os dois órgãos lançaram notas falando em vacinar idosos acima de 70. Mas estudos mostram que esses idosos têm mais dificuldade de gerar produção de anticorpos e melhor resposta imune. São pessoas que precisam de reforço", afirmou.
A nova orientação da SES não afetará o calendário da terceira dose já anunciado para a capital, de acordo com a SMS. O pleito da Prefeitura do Rio se deve ao fato de que a secretaria estadual e o ministério precisam se planejar para fornecer e distribuir doses da vacina em quantidade suficiente para todos os cariocas com 60 anos ou mais.
Também nesta sexta-feira, a Prefeitura do Rio divulgou novas metas de vacinação de idosos com a terceira dose. Até o dia 30 deste de mês, a SMS pretende vacinar todas as pessoas com 80 anos ou mais, o que corresponde a 17% dos cariocas idosos. Até o dia 6 de outubro, serão vacinados todos aqueles com 75 anos ou mais, completando a marca de 29% dos idosos do Rio.
Idosos com 70 anos ou mais devem receber a terceira dose até o dia 13 de outubro, quando 47% dos cariocas na terceira idade terão recebido uma injeção de reforço. Até o dia 19 de outubro, a prefeitura pretende vacinar 71% dos idosos do Rio ao vacinar toda a população com 65 anos ou mais. Finalmente, em 30 de outubro, o município alcançará 100% de seus idosos com a terceira dose ao vacinar todas as pessoas com 60 anos ou mais, segundo os planos da prefeitura.
Nova orientação
Na quarta-feira, a SES incluiu a dose de reforço contra Covid-19 no calendário unificado de vacinação do Estado do Rio. Segundo determinação da pasta, resultado de deliberação conjunta com o Conselho de Secretarias de Saúde do Rio de Janeiro (Cosems), a imunização de reforço prioriza a população de idosos a partir de 70 anos de idade, assim como idosos institucionalizados e acamados, além de pessoas com alto grau de imunossupressão que receberam as duas doses de qualquer vacina contra a Covid-19 ou a dose única da Janssen há mais de seis meses.
"A medida foi pactuada na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e visa garantir a proteção da população de maior risco de adoecimento e de evolução para formas graves da doença. Embora estudos apontem que as vacinas aprovadas no país são eficazes, pessoas nesta faixa etária apresentam mais comorbidades e condições de saúde mais fragilizadas devido à imunossenescência, deterioração natural do sistema imunológico provocada pelo envelhecimento, e dessa forma a proteção vai diminuindo com o tempo", diz a SES, em nota.
"A SES reforça que continua pleiteando ao Ministério da Saúde que as pessoas maiores de 60 anos também sejam contempladas com a dose de reforço", completa.
Na cidade do Rio, a terceira dose será exclusivamente da Pfizer ou da AstraZeneca. No estado, o novo reforço será necessariamente heterólogo: quem tomou as duas primeiras doses de CoronaVac deverá tomar uma terceira de Pfizer, AstraZeneca ou Janssen. Quem tomou as duas primeiras de Astrazeneca tomará uma terceira de Pfizer ou CoronaVac. Quem tomou as duas primeiras de Pfizer tomará uma terceira de AstraZeneca, Janssen ou CoronaVac.
Quem tomou a vacina de dose única da Janssen tomará uma dose de reforço da vacina da Pfizer ou a CoronaVac. Por fim, quem combinou os imunizantes da AstraZeneca e da Pfizer nas duas primeiras doses, como as grávidas e puérperas, tomará um reforço da CoronaVac.