Indicado para o tratamento de doenças mentais, a exemplo de ansiedade e depressão, a fluvoxamina voltou a ser testada no tratamento de pacientes com Covid-19. Um novo estudo, publicado pela revista The Lancet Global Health, mostrou que o medicamento reduziu em cinco pontos percentuais as hospitalizações de pessoas acometidas com a doença.
"[A Covid-19] ativa o processo inflamatório e [a fluvoxamina] é uma medicação que inibe essa inflamação descontrolada", explicou o professor do departamento de Medicina da PUC-Minas à Folha de S. Paulo. Ele é um dos autores da pesquisa realizada em 11 cidades do Brasil.
De acordo com a publicação, o estudo contou com a participação de 1.497 pessoas, todas diagnosticadas com a doença, com sintomas dela e com algum fator de risco. Do total, 741 pessoas receberam o medicamento e outros 756 receberam placebo.
A partir daí, o jornal explica que cada paciente tomou um comprimido, com a recomendação de utilizar o remédio por 10 dias. Nessa fase do estudo, 119 pacientes do grupo placebo foram hospitalizados contra 79 do grupo que tomou a fluvoxamina.
Posteriormente, os pesquisadores analisaram os pacientes que seguiram o tratamento por sete dias porque algumas pessoas geralmente decidem suspender a medicação. Eles chegaram ao total de 548 participantes que completaram o tratamento indicado com o uso de fluvoxamina. Desse total, apenas um paciente faleceu contra 12 óbitos entre os 618 que seguiram o tratamento, mas tomavam placebo.