A Europa continua a impor medidas para combater a quarta onda da Covid-19 e tentar barrar a nova variante Ômicron, considerada “preocupante” pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A Grécia criou uma multa mensal de 100 euros para todos os idosos que recusarem as vacinas, enquanto o governo português acirrou as regras para a entrada de estrangeiros, pedindo testes com resultados negativos.
As multas para os idosos gregos que recusarem a vacinação obrigatória, afirmou o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis nesta terça, começarão a ser cobradas no dia 16 de janeiro. O dinheiro coletado será destinado para hospitais do país que atuam contra a Covid-19.
"Não é uma punição", disse o premier. "Eu diria que é uma taxa da saúde."
De acordo com dados do governo grego, há cerca de 580 mil pessoas com mais de 60 anos no país, e somente cerca de 60 mil delas receberam a vacina neste mês. Mitsotakis também anunciou que fornecerá a todos os seus habitantes adultos um autoteste gratuito para a doença durante 6 e 12 de dezembro e 3 e 7 de janeiro.
As medidas foram anunciadas quase simultaneamente à notícia de que a cepa já estava presente no continente em 19 de novembro, uma semana antes do que se acreditava até agora. Detectadas em testes retroativos na Holanda, elas precedem até a notificação da Ômicron à OMS feita por cientistas sul-africano, no dia 24.
Amsterdã não confirmou se os infectados estiveram no Sul da África, onde a Ômicron foi detectada pela primeira vez. Com 16 casos confirmados, a Holanda é um dos países mais afetados pela variante na Europa, onde 42 diagnósticos foram detectados em 10 países até esta terça-feira.
Portugal identificou 13 casos da cepa, detectada inicialmente no Sul da África, todos eles em jogadores de um time de futebol sediado em Oeiras, na região metropolitana de Lisboa. A partir de quarta-feira, todos os passageiros que desembarcarem em território português vindos de fora da UE, vacinados ou não, precisarão apresentar testes negativos para a Covid-19 ou um comprovante de que se recuperaram recentemente da doença.
Serão aceitos testes PCR realizados nas últimas 72 horas ou testes de antígenos feitos em até 48 horas, de acordo com o governo português, que conduz uma das campanhas de vacinação mais aceleradas do planeta. Até o momento, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da Europa (ECDC), 88,2% da população portuguesa já tomou ao menos uma dose, e 81,5% está com seu ciclo vacinal completo.
As regras serão as mesmas para viajantes oriundos de países da União Europeia onde há risco alto (“vermelho”) ou muito alto (“vermelho escuro” de contágio, de acordo com o ECDC. Hoje, praticamente todos os países-membros da UE se englobam nesta definição.
Para viajantes oriundos dos poucos Estados europeus com risco baixo ou moderado, o certificado de vacinação será suficiente. Haverá exceções para trabalhadores transfronteiriços que exerçam sua atividade profissional a um raio de 30 km da fronteira e funcionários essenciais, como da saúde e de condutores de transportes públicos, que poderão mostrar um certificado de vacinação com a vacinação, testagem ou recuperação da Covid-19.
Internamente, Portugal determinou o uso obrigatório de máscaras em todos os ambientes fechados e a apresentação do certificado sanitário em espaços como restaurantes, bares e eventos com lugares marcados. Até mesmo pessoas vacinadas precisarão mostrar testes negativos para a Covid-19 se desejarem visitar asilos, pacientes internados, bares e discotecas.
A Noruega se juntou ao número crescente de países europeus que voltaram a tornar o uso de máscaras obrigatório no transporte público e em outros espaços lotados. O governo também fez um apelo para que os municípios acelerem a aplicação de doses de reforço em todos os adultos.
Na semana passada, para conter a onda de Covid-19 na Europa — agravamento que precede a Ômicron —, a França também deu um passo atrás e tornou o uso de máscaras obrigatório em espaços públicos, além de anunciar doses de refoço para toda sua população adulta. A Itália, por sua vez, anunciou medidas similares, registringindo o acesso de pessoas não vacinadas a locais fechados como cinemas, restaurantes e hotéis.