UTI do hospital Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte de São Paulo.
Gustavo Basso/Creative Commons
UTI do hospital Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte de São Paulo.

A nova onda de Covid-19 provocada pela Ômicron gerou um forte impacto sobre os médicos brasileiros: 87,3% deles foram acometidos pela doença nos últimos dois meses.

É o que mostra um levantamento inédito feito pela Associação Médica Brasileira (AMB), em parceria com a Associação Paulista de Medicina (APM).

E o aumento exponencial de casos não afetou apenas a saúde física, como também a mental desses profissionais. Os médicos afirmam que estão apreensivos (51,6%), esgotados (51,1%) e ansiosos (42,7%) com o cenário atual da pandemia. Além disso, observam que os colegas de profissão dos locais em que atuam estão estressados (62,4%) e sobrecarregados (64,2%).

O levantamento contou com a participação de 3.517 profissionais de Medicina de todas as regiões do Brasil que responderam ao questionário online por meio da plataforma SurveyMonkey, entre os dias 21 e 31 de janeiro de 2022.

A maior parte dos participantes é da região Sudeste, com a faixa etária entre 51 e 70 anos. Eles atuam em hospitais públicos, privados e consultórios de todo o país, sendo que 52,5% estão atuando na linha de frente no combate ao coronavírus.

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Na percepção dos médicos, 7 em cada 10 brasileiros não estão usando máscaras corretamente. No entanto, 74% dos profissionais considera que a vacinação está sendo aderira pela população. E eles também opinaram sobre quais pontos o Governo deixa claramente a desejar, a exemplo da realização de testes (21,7%) e no rastreio dos contactantes (8,3%).

Os médicos relataram também as dificuldades enfrentadas nesta nova onda de Covid-19 provocada pela Ômicron. A falta de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde foi apontada por 44,8% deles como a maior deficiência na atenção à pandemia do coronavírus. Na pesquisa feita pela AMB e APM divulgada em fevereiro do ano passado, essa percepção era tida por 32,5% dos entrevistados na ocasião.


Os participantes da pesquisa não estão otimistas quanto ao fim da pandemia: quase 90% deles acredita que novas variantes surgirão no futuro, mas a maioria (57,1%) aposta que a cepa causará muitos casos e poucas mortes.

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