A cada quatro países na Europa, um foi atingido por surto de sarampo em 2017. O número preocupante é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que fez um alerta nesta segunda-feira (19) sobre a importância da imunização contra a doença. As informações são do jornal "The Guardian".
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De acordo com a OMS, o ano passado apresentou um aumento de 400% dos casos de sarampo
nos países europeus. No total, foram registradas 21 mil pessoas infectadas e ao menos 35 mortes. Os números são causa de grande desapontamento, uma vez que o ano de 2016 trouxe baixa recorde nos casos da doença, conquista que foi revertida no ano consecutivo.
“Cada nova pessoa afetada por sarampo na Europa nos lembra de que há crianças e adultos não vacinados, independente de onde vivem. E pessoas infectadas colocam em risco aquelas que não conseguiram se vacinar, atrapalhando o combate e espalhando a doença”, lembra o médico e diretor regional da OMS na Europa, Zsuzsanna Jakab. “Mais de 20 mil casos de infectados e 35 vidas foram perdidas somente em 2017, é uma tragédia que não pode ser aceita”, completa.
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Os danos da doença são de longo prazo, além de ser uma doença que pode ser fatal. Uma em cada mil crianças afetadas apresenta encefalite, que é o inchaço do cérebro, e pode levar a surdez ou a dificuldades de aprendizagem.
Importância da imunização
A erradicação do sarampo já foi registrada em muitos países do mundo, como o Brasil, por causa da eficiência da vacina. Contudo, alguns casos de surtos irregulares têm prejudicado a luta contra a doença, segundo mostra a OMS. No ano passado, 15 países da Europa (dos 53 do continente) apresentaram epidemia – sendo a Romênia o mais afetado de todos, com 5.562 casos, seguindo da Itália com 5.006, e a Ucrânia com 4.757.
Como se pode imaginar, a imunização nesses países tem encontrado alguns problemas nos últimos anos: seja pela interrupção no fornecimento de vacinas ou baixa de pessoas imunizadas em grupos isolados. Entre os países europeus atingidos pela doença em 2017 estão: Grécia (967), Alemanha (927), Sérvia (702), Tajiquistão (649), França (520), Rússia (408), Bélgica (369), Reino Unido (282), Bulgária (167), Espanha (152), República Checa (146) e Suíça (105).
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A falta de confiança na vacina MMR
– que previne sarampo, caxumba e rubéola - e na imunização de maneira geral tem sido um problema na Europa e nos Estados Unidos, depois que um pesquisador chamado Andrew Wakefield relacionou a MMR ao desenvolvimento do autismo na pessoa, o que foi negado pela Organização Mundial de Saúde.