Cientistas do Instituto OHSU Knight Cancer, dos Estados Unidos, estão desenvolvendo uma nova técnica para tratar o câncer tida como inédita e promissora. Publicada na revista “Nature Communications” nesta sexta-feira (22), um artigo mostrou que o procedimento deve impedir que o câncer se espalhe para outras áreas do organismo.
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A estratégia é "congelar" a célula cancerígena para que ela não se movimente evitando, assim, uma metástase. A novidade está sendo encarada como uma mudança na perspectiva na luta contra o câncer , segundo os cientistas. Isso porque, até então, a maioria das pesquisas em oncologia se concentram em matar o tumor.
A pesquisa mostrou que os testes foram feitos com a molécula KBU2046, composto que inibiu o movimento de células do câncer em quatro diferentes tipos de células cancerígenas humanas: câncer de mama , próstata, colorretal e pulmão.
"O movimento é a chave. Se as células cancerígenas se espalharem por todo o seu corpo, elas vão tirar sua vida. Podemos tratar, mas esse movimento vai tirar sua vida", diz em nota Raymond Bergan, professor de oncologia médica no OHSU.
"Estamos estudando uma maneira completamente diferente de tratar o câncer", conclui Bergan.
De acordo com ele, todos que estão trabalhando na técnica realizaram diversos estudos na química para pensar um composto que só inibiria o movimento de células do câncer, sem afetar as outras células saudáveis.
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Tratamento do câncer quer bloquear proteína ligada ao movimento
Para conseguir impedir que a célula se movimente, Bergan contou com a ajuda do laboratório de Karl Scheidt, professor de química e farmacologia da Universidade de Northwestern, onde foram pesquisados novos compostos que pudessem bloquear essa condição nas células cancerígenas. O desafio era encontrar substâncias com poucos efeitos colaterais.
"Começamos com uma substância química que impedia as células de se moverem. Depois, sintetizamos o composto várias vezes para que ele fizesse um trabalho perfeito de parar as células sem efeitos colaterais", diz Karl Scheidt, em nota.
Segundo o professor da Universidade de Northwesterm, o KBU2046 se liga a proteínas das células de forma específica para somente impedir o movimento. Não há outra ação sobre as estruturas celulares, o que diminui os efeitos colaterais e a toxicidade. "Levamos anos para descobrir", comemora, em nota.
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A ideia é que a droga possa ser administrada em cânceres iniciais para diminuir ao máximo que o tumor se espalhe para o resto do corpo e o paciente tenha um tumor intratável no futuro. Cientistas estimam que serão necessários dois anos e US$ 5 milhões para que os primeiros testes da nova técnica de tratamento do câncer
sejam realizados em seres humanos.