Dor, coceira, ardor, surgimento de lesões na pele, febre e sensação de formigamento. Estes são alguns dos sintomas da herpes zóster, doença conhecida como cobreiro, que afeta pessoas que já tiveram catapora. O problema, causado pelo vírus Varicela-Zóster, pode ser desenvolvido em qualquer idade, mas, na maioria das vezes, aparece em quem tem mais de 50 anos.
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"Esse é um vírus de encubação longa, ou seja, a pessoa que já teve catapora fica com esse microrganismo no corpo até que a imunidade abaixe de novo. Mas nem todo mundo que teve catapora vai desenvolver
zóster", explica o especialista em medicina preventiva Antonio Carlos Till, fundador do Vita Check-Up.
As lesões — formadas por bolinhas vermelhas — aparecem sobre o caminho traçado por nervos. As regiões onde elas surgem com maior frequência são no peito e das costas. A única forma de prevenção contra a herpes zóster , no entanto, é vacinação, mas o SUS (Sistema Único de Saúde) não disponibiliza doses grátis.
O Ministério da Saúde informou que oferece todas as vacinas preconizadas pela Organização Mundial de Saúde e que este não é o caso da que protege contra a herpes zóster. A pasta afirmou que ainda que não há pedido de incorporação desta vacina no calendário nacional. Nas clínicas particulares, os preços variam entre R$ 520 a R$ 620.
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"É uma vacina nova, que tem uma concentração (de componentes para criar anticorpos contra o vírus) cerca de dez vezes maior que a catapora", afirma Celso Granato, infectologista do Grupo Fleury. A vacina é contraindicada para gestantes, pessoas em tratamento de câncer e imunodeprimidos em geral. Além daquelas com alergia a quaisquer componentes.
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Relação do herpes zóster com o sistema imunológico
Apesar de aparecer em pessoas de todas as idades, a doença é desenvolvida principalmente após os 50 anos, pois o sistema imunológico fica mais debilitado com o passar dos anos: quanto maior a idade, mas fraco ele fica. Baixas no sistema imunológico em qualquer idade podem acarretar o desenvolvimento da herpes zóster.
Estresse, diabetes descontrolado e tratamento à base de corticoides são alguns fatores que podem afetar a imunidade. Em cerca de 15% dos casos da doença, o vírus segue o trajeto do nervo trigêmeo, responsável por enervar a face. Quando isto ocorre, há chance de que o vírus afete o nervo óptico, podendo levar à cegueira.
A reincidência é baixa, mas há possibilidade de acontecer. O tratamento deve ser iniciado em até 72 horas após o surgimento dos primeiros sintomas, como as lesões cutâneas. Uma das complicações da doença é o desenvolvimento de nevralgia pós-herpética, que causa dor persistente por quatro a seis semanas após a erupção cutânea. É mais frequente em mulheres.
Ministério da Saúde fala sobre a vacina
Em nota, o Ministério da Saúde informa "que oferece gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) todas as vacinas preconizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A vacina para herpes zóster não integra o Calendário Nacional de Vacinação."
"Vale destacar que, para ser integrada ao SUS, uma nova vacina, ou qualquer outro medicamento, precisa passar pela análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que leva em conta aspectos como a eficácia, segurança e custo efetividade do produto, além dos benefícios da oferta para a população", completa.
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O órgão ainda esclare que que não há pedido de incorporação desta vacina na Conitec. "As estratégias de vacinação no Brasil são respaldadas em bases técnicas, científicas e logísticas, evidência epidemiológica, eficácia e segurança do produto, somados à garantia da sustentabilidade da estratégia adotada para a vacinação. Outra avaliação é se a vacina é importante do ponto de vista de saúde pública", diz.