Zé Felipe , filho do cantor Leonardo, revelou em seu Instagram , na quinta-feira (23), que, após sentir dores nas costas, no pé e no joelho, durante três meses, foi diagnosticado com espondilite anquilosante. Aos 21 anos, o artista, que tem a mesma profissão que o pai, soube da doença, que não tem cura, ao se consultar com um reumatologista.
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A espondilite anquilosante é uma inflamação crônica que acomete principalmente a coluna vertebral. De acordo com Marcelo Pinheiro, reumatologista e coordenador da Comissão de Espondiloartrites da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), ela afeta mais homens entre 20 e 45 anos, mas mulheres também podem desenvolvê-la.
Em geral, os principais sintomas são dor nas nádegas e na coluna, que ficam piores à noite, quando se está em repouso. Pela manhã, a pessoa acorda com rigidez, meio endurecida, processo que pode levar de 30 minutos a uma hora para melhorar. Ainda há dores nos joelhos, tornozelos e no quadril.
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Além da dor, outros sinais indicam a espondilite. “As manifestações podem ocorrem em outros locais, que são fora das articulações”, destaca o reumatologista . Com isso, o paciente pode ter uveíte, que deixa os olhos vermelhos; inflamações na pele, como a psoríase , que causa lesões vermelhas e descamativas; e colite, uma alteração no intestino que causa diarréia.
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Mesmo sem uma causa definida, o que se sabe até o momento é que 80% dos pacientes possuem o gene HLA-B27, que pode herdar tanto da família materna ou paterna. “É antiga. Nos últimos 20 anos, o diagnóstico foi mais possível. Antes, tinha um tempo de 10 anos entre os sintomas e o diagnóstico”, pontua o profissional.
Com essa dificuldade na época, a doença avançava e causava anquilose , que é a calcificação da coluna. “Primeiro inflama e depois calcifica. Quando ocorre isso, a pessoa perde os movimentos e fica na ‘postura de esquiador’. Fica congelado nessa posição, em fase terminal”, ressalta Pinheiro.
Controle da espondilite anquilosante
Hoje, o portador da espondilite anquilosante, mesmo que seja incurável, consegue deixá-la totalmente controlada com antiinflamatórios adequados. “São medicações de alto custo, mas que servem para bloquear as inflamações”, destaca. Pinheiro alerta que, com o diagnóstico correto, o paciente consegue fazer o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Além dos medicamentos, é importante aliar com a prática de exercícios físicos que envolvem alongamento e fortalecimento muscular. Tudo isso contribui para um tratamento eficaz. Também é fundamental parar de fumar, uma vez que isso pode piorar os sintomas e trazer complicações à saúde do paciente.
Em todos os casos, a pessoa que sentir alguns dos sintomas mencionados deve procurar um reumatologista para que se possa investigar com exames de imagem, como a ressonância magnética. O diagnóstico precoce é essencial para conter o avanço da doença e evitar que o portador tenha limitações em seus movimentos.
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Para ajudar os pacientes, a SBR desenvolveu o aplicativo "Repare", gratuito e disponível para Android e iOS. Nele, é possível ter acesso a informações sobre espondilite anquilosante , além de acessar vídeos com exercícios de alongamento e fisioterapia, que podem ser realizados em casa. Ainda é possível registrar as medicações, os sintomas e adicionar lembretes.