RIO - O secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, fez um alerta de que a preocupação com o risco iminente de uma epidemia de sarampo no Estado do Rio é maior do que com o coronavírus. Segundo ele, se as metas de vacinação não forem atingidas, estado pode ultrapassar os 10 mil casos da doença. No ano passado, foram confirmados 333 casos. Em todo o país, 15.914.

Procura por vacinas de sarampo no estado está abaixo do que é necessário
Marcelo Camargo / Agência Brasil
Procura por vacinas de sarampo no estado está abaixo do que é necessário

— As pessoas estão muito preocupadas com o coronavírus , que ainda não chegou e não estão indo se vacinar contra o sarampo , que é um risco real — reclamou o secretário.

Apesar de a vacina estar à disposição da população durante todo o ano, a cobertura do estado é baixa.

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— A procura pelas vacinas está abaixo do que é necessário. É preciso alertar que podem ocorrer cerca de 10 mil casos da doenças no estado este ano. Antecipamos a vacinação e realizamos um Dia D, no último sábado, por causa do risco iminente de uma epidemia de sarampo — disse o secretário de Saúde.

Em apenas 20 dias este ano, de acordo com a Subsecretaria de Vigilância em Saúde, foram notificados 137 casos de sarampo em todo o estado. Em 2019, a estado registrou 333 casos da doença. Em 2018, foram 20. A expectativa da secretaria é imunizar 3 milhões de pessoas no Rio, incluindo crianças e adultos, com idade entre seis meses a 59 anos. Para reforçar, já está sendo programado o segundo Dia D este ano, que acontece no dia 7 de março.

Em outubro do ano passado, o Ministério da Saúde divulgou que o Brasil, na média, atingiu a meta de 95% de vacinação contra o sarampo em crianças de seis meses a um ano. Ao todo, 14 estados superaram o índice, mas outros 12 e o Distrito Federal ficaram aquém do indicador geral. Desses, a menor cobertura ocorreu no Rio de Janeiro, com 69,24% das crianças imunizadas.

Sobre a doença

O sarampo é transmitido por meio da fala, da tosse e do espirro. Os principais sintomas são mal-estar geral, febre, manchas vermelhas que aparecem no rosto e vão descendo por todo o corpo, tosse, coriza e conjuntivite. A vacina é fornecida pelo Ministério da Saúde e estará disponível gratuitamente nos postos de saúde municipais.

Casos em que a vacina não deve ser administrada

No caso de pessoas que apresentam doenças agudas febris moderadas ou graves recomenda-se adiar a vacinação até modificação do quadro com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença . Também não é indicado o imunizante a quem recebeu imunoglobulina, sangue e derivados, transplantados de medula óssea, quem apresenta alergia ao ovo e gestantes.

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Perguntas e respostas sobre o assunto

1. O que é e como se prevenir?

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave — especialmente para crianças pequenas —, transmissível e extremamente contagiosa. A única prevenção é a vacina tríplice viral, que também protege contra caxumba e rubéola.

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2. Quantas doses de vacina são necessárias?

Para ser considerado protegido, é preciso tomar duas doses na vida, com intervalo mínimo de um mês. O esquema atual do Calendário Nacional de Vacinação é de uma dose da tríplice viral aos 12 meses de idade, e a segunda dose da vacina tetra viral aos 15 meses.

Segundo o Ministério da Saúde, crianças, adolescentes e adultos até 29 anos de idade que ainda não foram vacinados devem receber duas doses. Aqueles que têm de 30 a 49 anos de idade, dose única.

3. Mesmo quem não tem certeza se já foi imunizado deve tomar a vacina?

Sim. Não existe "overdose" de vacina. Caso haja dúvida se foi imunizado ou não, o recomendado é se vacinar, tomando as duas doses. Isso vale para adultos e crianças.

4. Há alguma contraindicação para a vacina?

A vacina é contraindicada para gestantes, bebês menores de 6 meses de idade e pessoas com a imunidade comprometida por causa de alguma doença. No caso das gestantes, elas devem esperar para serem vacinadas após o parto.

5. Como o sarampo é transmitido?

Geralmente, o sarampo se espalha no ar por gotículas respiratórias produzidas ao tossir ou espirrar. Também pode ser transmitido pela saliva (beijo ou bebidas compartilhadas); por contato com a pele (apertos de mão ou abraços); e pelo toque em uma superfície contaminada (cobertor ou maçaneta).

6. Quais são os sintomas?

Os sintomas do sarampo aparecem apenas de 10 a 14 dias após a exposição ao vírus. Os principais sinais são: febre alta, conjuntivite, irritação na pele e manchas vermelhas pelo corpo, tosse, coriza, dor de garganta.

7. Existe tratamento?

Não há tratamento. A estratégia terapêutica é para aliviar os sintomas, com uso de antitérmicos vendidos sem prescrição médica ou vitamina A.

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