Mortes
Fábio Motta / Agência O Globo
Estudo apontou possíveis cenários do avanço da doença no Brasil e na América Latina

Um estudo divulgado nesta quarta-feira (24) fez uma projeção bastante pessimista sobre o futuro da  pandemia do Covid-19 no Brasil e no restante da América Latina, atual epicentro da doença no planeta. No "pior cenário" projetado, que leva em conta um relaxamento nas diretrizes de segurança, o país pode se aproximar da marca de 340 mil mortes em outubro.

Segundo informações da agência Reuters, tal previsão do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME) da Universidade de Washington ocorreria se houvesse a retirada da obrigatoriedade do uso de máscaras e do distanciamento social no Brasil , que, juntamente com os mais de 151 mil óbitos do México, seria o principal responsável pela explosão da doença na América Latina .

"O Brasil está em um momento sombrio. A menos que o governo tome medidas sustentadas e aplicadas para retardar a transmissão, continuará sua trágica trajetória ascendente de infecções e mortes", afirmou o diretor do IHME, dr. Christopher Murray, no dia em que o país atingiu a marca de 1.188.631 casos confirmados e 53.830 mortes .

Na projeção "normal" feita pelo estudo, o Brasil poderia ter até 166 mil mortos em outubro, sendo um dos principais responsáveis pelo total de quase 390 mil óbitos na América Latina. O México, segundo mais atingido, chegaria ao valor de 88 mil óbitos.

Nesta semana, a região atingiu a marca de 100 mil mortes e ultrapassou os dois milhões de casos confirmados , transformando-se assim no novo epicentro da Covid-19. Chile , Peru e Equador , que enfrental tendências de alta nos dados da doença, ajudaram a puxar os valores para cima.

Cenário menos alarmista

Por outro lado, os pesquisadores apontaram para a possibilidade de uma diminuição da doença caso as medidas de segurança sejam respeitadas e o uso de máscaras aumente. Se 95% da população passar a respeitar tal regra, a projeção aponta que o número de mortes pode ser de 147.431 mortes, enquanto o México teria 79.652.

"O aumento de testes e o uso de máscaras são ferramentas importantes para reduzir o número dessa pandemia no México, além de manter distância saudável", disse o dr. Rafael Lozano, diretor de Sistemas de Saúde do IHME.

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