Foi iniciada a primeira etapa de testes de uma pesquisa que avalia o impacto dos canabinoides no tratamento de estresse agudo e crônico em profissionais da saúde que atuam no combate à pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2).
A pesquisa é realizada pela Associação Brasileira de Apoio a Cannabis Esperança (Abrace), a única no Brasil a ter permissão judicial para cultivar cannabis para uso medicinal. O estudo vai recrutar 300 médicos e enfermeiros para uma avaliação clínica com óleo a base de substâncias encontradas na planta.
A pesquisa foi validada no final de junho pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e será conduzida por profissionais da UFSC e da Abrace.
Os profissionais da saúde que vão participar dos testes não podem apresentar condição psíquica severa, nem ser usuário regular de maconha.
No estudo, parte dos pacientes receberá doses do óleo integral de cannabis com concentração de 100mg/ml de canabidiol (CBD) e baixos índices de THC — substância psicoativa da planta. Um outro grupo receberá placebo.
No Brasil, os produtos à base de maconha já são utilizados no tratamento de epilepsia, autismo, Alzheimer e dores crônicas, entre outros.
No final do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regulamentou a venda de produtos medicinais à base da planta nas farmácias brasileiras, mediante prescrição médica.
Embora o cultivo de cannabis para fins terapêuticos ou científicos não seja permitido no Brasil, algumas famílias que alegam dificuldades financeiras para comprar a medicação têm conseguido na justiça autorização para plantar.
A Abrace será responsável por produzir o óleo que será usado no estudo e recrutar os voluntários. O cadastro através deste link.