A quarentena aumentou os níveis de depressão e estresse na sociedade brasileira. Um estudo conduzido pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro apontou que a casos de depressão registram acréscimo de 50%, enquanto ansiedade e estresse aumentam em 80%.
Os efeitos da quarentena afetam as crianças de forma particular. Por não entenderem a gravidade da pandemia e estarem distantes de círculos sociais naturais para o desenvolvimento, especialistas alertam para os sinais de uma possível depressão.
“Dores de cabeça e abdominais, fadiga e tontura são as queixas mais frequentes das crianças. Já na adolescência, os sintomas são mais próximos aos dos adultos, como tristeza, esgotamento afetivo e social e transtornos alimentares”, diz a psicóloga Adriana Cabana, do grupo Prontobaby.
Segundo a especialista, a atividade física pode auxiliar crianças e adolescentes que estejam se sentindo deprimidos. “Além da sensação de bem-estar, estimula o convívio em grupos, a internalização da disciplina e o controle da ansiedade”, diz Cabana. “O excesso de energia que as crianças têm precisa ser liberada, e o sedentarismo aliado ao isolamento social faz com que outros problemas aconteçam, como obesidade infantil, irritabilidade e intolerância a frequentar outras atividades sociais.”
O mês amarelo
De acordo com a especialista, é fundamental analisar as mudanças de comportamento durante o isolamento social. “Atenção ao discurso de menos valia, de depreciação de si mesmo e de atividades que antes eram prazerosas”, diz. “Isolamento, choro sem motivo e irritabilidade também estão entre os principais sintomas”.
Caso o adulto responsável considere necessário, é importante buscar ajuda profissional. “Procure ajuda caso evidencie esses sintomas e, no caso de verbalização explícita de vontade de morrer, não deixe a criança sozinha em hipótese alguma. Procure ajuda imediatamente”, alerta Cabana.